Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6939

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Esporte, saúde e lazer
Setor Departamento de Educação Física
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Mayara da Silva Miranda Araujo Carneiro
Orientador CAROLINA FERNANDES DA SILVA
Título A Construção Identitária Sul-Rio-Grandense nos Clubes Esportivos Náuticos
Resumo Os clubes esportivos náuticos no Rio Grande do Sul (RS) foram implantados por imigrantes europeus, entre fins do século XIX e início do século XX. A partir do contato cultural que ocorreu entre os imigrantes, novas identidades foram formadas. Neste contexto se constituiu as identidades sul-rio-grandenses dos clubes. Este estudo foi realizado no âmbito da História do Esporte tendo por objetivo investigar como os clubes esportivos náuticos assimilaram representações sul-rio-grandenses no início do século XX. Foram utilizadas fontes impressas para constituir o corpus documental. As informações foram extraídas de documentos oficiais dos clubes, como estatutos e jornais que circulavam pelo estado. A análise das fontes ocorreu com o auxílio do software ATLAS.ti 7.5.6. A localização geográfica do RS permitiu que fosse visto também por outros países, pelas forças históricas em jogos e muitas foram às influências de outras culturas para as novas identidades do grupo social e regional do RS, sobretudo no cenário esportivo náutico e aquático. A fundação do Club Náutico Rio-Grandense, em 1907, foi um dos primeiros indícios dessa movimentação para regionalizar os clubes de remo e natação tanto no caráter espacial, quanto na esfera das representações culturais. Nesta direção ocorreu a modificação da denominação do órgão organizador do cenário náutico e aquático, com o movimento para que o Comitê de Regatas passe a se chamar Federação Rio-grandense de Remo, em 1908. Outro fator motivador de uma transformação foi a tentativa do Conselho Superior de Regatas do Rio de Janeiro em unificar a organização do remo nacional sob a sua direção, quando a sua denominação foi alterada em 1902 para Federação Brasileira das Sociedades de Remo e começou a organizar os Campeonatos Brasileiros de Remo. Contudo, a tentativa de conquistar um capital simbólico para esta instauração teve resistências, existiam outras instituições regulamentadoras do esporte no país, como o Comitê de Regatas que não aceitou ter um conselho regulamentador fazendo com que “esta tentativa de unificação do controle do remo não tivesse o sucesso esperado pelos idealizadores” (CANCELLA, 2011). A linha de pensamento positivista também teve influência na disseminação dos esportes náuticos no RS. A doutrina positivista foi disseminada pelo Brasil no fim do século XIX, no RS ela foi introduzida, aceita e praticada em vários aspectos, na política, como foi registrado em uma reportagem de jornal em que o autor demonstra o viés positivista de sua formação ao conectar os tipos de barcos que se localizavam no lago Guaíba, que banha a cidade, à Lei dos 3 estados do francês Auguste Comte. “Chaminés, mastros, remos, caldeiras, velas forquetas, indicam os três estados de evolução – força muscular, vento e vapor – que se sucederam na predominância e ainda coexistem” (7 DE SETEMBRO, 18/09/1908, p.1). Assim, o cenário dos clubes náuticos e aquáticos no RS reflete o quanto o estado era heterogêneo culturalmente.
Palavras-chave identidade, náutico, aquático
Forma de apresentação..... Painel
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