Resumo |
A Salvia hispanica L., popularmente conhecida como chia, é uma herbácea originária das áreas montanhosas do México e se destaca por apresentar elevada concentração de compostos funcionais. O objetivo do estudo foi caracterizar e comparar sementes brasileiras de chia cultivadas em diferentes regiões, quanto à ocorrência e concentração de vitamina E, vitamina C, carotenoides, flavonoides, compostos fenólicos totais e atividade antioxidante. As variedades de chia cultivadas no Brasil foram obtidas de duas regiões distintas: Mato Grosso (MT) e Rio Grande do Sul (RS). Os carotenoides (luteína e zeaxantina), vitamina C (ácidos ascórbico) e flavonoides (flavonas, flavanonas e 3-deoxiantocianidinas - 3-DXAs) foram analisados por cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE) com detecção por arranjo de diodos (DAD), enquanto que a análise de vitamina E (α, β, γ, δ tocoferóis e tocotrienóis) foi realizada por CLAE com detecção por fluorescência. Os compostos fenólicos foram determinados utilizando o reagente Folin-Ciocalteu e a atividade antioxidante por espectrofotometria, por meio do reagente DPPH. Para análise estatística dos compostos presentes nas sementes na chia foi utilizado o teste t, sendo o nível de significância adotado igual a 5%. Os dados foram analisados no software estatístico SPSS, versão 20.0. A concentração de vitamina E total em ambas as sementes de chia foi alta (7038,43 μg.100 g-1 e 7024,59 μg.100 g-1 para a variedade cultivada no RS e MT, respectivamente), sendo γ-tocoferol o componente principal encontrado (7031,51 ± 129,54 μg.100 g-1, em média). A concentração de carotenoides foi baixa sendo identificados apenas na semente cultivada no RS (53,58 μg.100 g-1). As flavonas e flavanonas foram encontradas em baixas concentrações, sendo que a semente cultivada no MT apresentou as maiores quantidades (15,07 e 8,78 μg.100 g-1, respectivamente). A ocorrência de vitamina C e 3-DXAs não foi observada nas sementes de chia. Não foi observada diferença na concentração de compostos fenólicos totais entre as sementes de chia cultivadas nas duas regiões (p>0,05). A chia cultivada no RS apresentou maior atividade antioxidante (478,2 ± 0,02 µmol trolox g-1 de amostra) em relação à cultivada no MT (p≤0,05). Em conclusão, as sementes brasileiras de chia apresentaram elevada concentração de vitamina E, compostos fenólicos totais e atividade antioxidante, apresentando grande potencial para utilização na alimentação humana, devido aos seus benéficos à saúde. |