Resumo |
Introdução: A vitamina D é bastante conhecida pela sua função no desenvolvimento e na manutenção do tecido ósseo e manutenção da homeostase de cálcio e fósforo. Recentes evidências dos efeitos não ósseos da vitamina D e o reconhecimento de que sua deficiência é altamente prevalente, trouxe interesse no papel desse hormônio para a saúde. Obesidade e deficiência de vitamina D são reconhecidamente problemas prevalentes em todo o mundo e aparentemente estão relacionados entre si, embora ainda se desconheçam quais os mecanismos de causa e efeito desta associação, pois nenhum estudo se mostrou conclusivo. O conhecimento dos aspectos epidemiológicos da hipovitaminose D, bem como a associação com a obesidade atualmente pode ser útil no planejamento de ações de saúde e na redução dos possíveis agravos associados ou decorrentes da deficiência de vitamina D na população. Objetivo: Determinar o consumo de vitamina D em adultos com excesso de peso do município de Viçosa, Minas Gerais. Metodologia: Realizou-se um estudo de delineamento transversal, de base populacional, realizado no período de 2012 a 2014, na cidade de Viçosa, MG. Foram selecionados aleatoriamente para o estudo 30 setores censitários da zona urbana dos 99 existentes na cidade. A pesquisa foi realizada em 958 indivíduos adultos, com idade entre 20 e 59 anos. Foram utilizadas para o estudo as seguintes variáveis: idade, sexo, características socioeconômicas e estado nutricional (com excesso de peso e sem excesso de peso) definido a partir do índice de massa corporal (IMC). Foi aplicado um questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA), que continha alimentos mais utilizados pela população e avaliou o consumo no ano anterior ao ano aplicado. Para estudar a associação entre o consumo de vitamina D e o excesso de peso, foram realizadas análises por meio do programa estatístico STATA 13.0. Os resultados foram apresentados em frequências e percentis e o teste utilizado foi o qui-quadrado. Resultados: A prevalência de excesso de peso encontrada na população estudada é de 43,87%, sendo que desse total 41,8% é mulher e 46,4% é homem. A maioria dos indivíduos, 46,5%, possui entre 20 e 29 anos e 66,3% se encontram na classe econômica intermediária segundo classificação da ABEP. O consumo de vitamina D se mostrou insuficiente na população estudada, 98,3% consumia abaixo do recomendado pela EAR (<400 UI/dia), sendo assim não houve associação entre o consumo de vitamina D e estado nutricional (p = 0,073), porém houve associação quanto ao sexo (p = 0,0382), sendo no sexo feminino o maior consumo de vitamina D, 13,4 mcg. Conclusão: O estudo não apresentou associação entre o estado nutricional e o consumo de vitamina D. As mulheres apresentaram significativamente, maior consumo de vitamina D que os homens. |