Resumo |
A Doença Celíaca é caracterizada pela intolerância ao consumo de glúten, presente no trigo, centeio, cevada e malte. Seu consumo desencadeia resposta inflamatória na mucosa do intestino, logo, o tratamento é a exclusão do glúten da dieta. Esta restrição afeta as relações sociais e aspectos psicológicos do paciente, visto que há ruptura de um hábito alimentar. O ato de comer, além do objetivo de se alimentar e nutrir, deve ser compreendido como um ato social que envolve memórias, história alimentar e proporciona diversas sensações a partir do consumo de determinada preparação. O Programa de Extensão Pró Celíacos atua nesta situação promovendo a autonomia do paciente sobre seu tratamento, através de oficinas culinárias e eventos que trazem empoderamento e resgate do convívio social. Além disso, promove a inserção do acadêmico de nutrição da Universidade Federal de Viçosa em cenários reais, com formação crítica e atuante do profissional nutricionista. Logo, é importante que se conheça as experiências dos pacientes diagnosticados, para obtenção de dados que possam subsidiar ações acadêmicas que tragam melhorias na qualidade de vida do celíaco. O público alvo do estudo são pacientes adultos, estudantes de graduação em nutrição pela Universidade Federal de Viçosa e integrantes do Programa de Extensão Pró Celíacos, o qual envolve pós-graduandos, estudantes da graduação e profissionais formados em nutrição. Seu objetivo foi de conhecer o olhar do estudante de nutrição e do paciente frente ao programa e a doença celíaca. Foram enviados formulários via correio eletrônico, com texto apresentando o presente projeto de ensino, seus objetivos e questões a serem avaliadas. Além disso, foi construído um site para o programa, para que exista um espaço digital e de amplo acesso à informações sobre a doença celíaca e sobre as atividades desenvolvidas pelo Pró Celíacos. Foi possível identificar a insuficiência das disciplinas ao abordarem o tema Doença Celíaca, bem como a deficiente formação dos acadêmicos para uma boa conduta com o paciente celíaco. Alunos e pacientes percebem o programa como oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre o tema, resgate do convívio social e melhoria da qualidade de vida. Com isso, é possível concluir que a atuação do acadêmico em cenários reais através de metodologias ativas de ensino e sua participação em programas de extensão contribuem para uma conduta mais eficiente com o paciente celíaco. Acredita-se que o espaço digital funcione como aliado visto que fornece informação segura e de fácil acesso a pacientes e acadêmicos, trazendo melhorias na conduta do profissional e na adesão ao tratamento pelo paciente. A partir dos resultados obtidos podem ser realizadas ações promovendo aprendizagem dos alunos e garantindo um novo olhar deste acadêmico frente à Doença Celíaca e consequente melhoria na qualidade de vida dos pacientes. |