Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6866

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Educação, diversidade e inclusão
Setor Departamento de Educação
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Daniela Ingrid Alves Borges
Orientador HELOISA RAIMUNDA HERNECK
Outros membros Iza Abreu Carnelos, Luisa Nacif Bastos Tavares, Quezia dos Reis Ferreira
Título Interculturalidade na Escola Estadual Indígena Bukimuju
Resumo Como parte das atividades da disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio, esta pesquisa buscou refletir sobre a interculturalidade na escola indígena. Usamos como base para análise, a legislação que trata dos direitos dos povos indígenas contidos na Constituição Brasileira de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Plano Nacional de Educação (PNE: 2014 – 2024). Esses documentos asseguram a educação escolar intercultural e bilíngue com o intuito de assegurar a recuperação das memórias históricas e a reafirmação das identidades étnicas dos índios. Porém, antes da escola ser intercultural, as sociedades indígenas já estavam se relacionando com a sociedade não indígena, e o modo como ocorre essas relações refletem no cotidiano da escola, sendo ela uma instituição tão caracteristicamente criada pelas sociedades ocidentais, não compatíveis à cultura e realidade dos povos indígenas. Tendo em vista essas garantias previstas na LDB, juntamente com essas problemáticas levantadas pelo grupo, na disciplina, foi realizada uma visita a Escola Estadual Indígena Xakriabá Bukimuju localizada no município de São João das Missões no norte de Minas Gerais, onde foi feita uma entrevista semiestruturada com a professora Dulcilene de Araujo Souza Ribeiro, graduada no curso Intercultural de Educadores Indígenas em Língua, Arte e Literatura, oferecido pela UFMG. Assim por meio dessa entrevista e observação in-loco percebemos que a língua Xakriabá foi perdida com o tempo, e os professores junto à comunidade procuram meios para resgatá-la. Percebemos a sensibilidade da professora entrevistada no trabalho de alfabetização das crianças por meio da música, momento que também aprendem a língua Xakriabá de forma mais rápida e fácil. Nesse sentido, as metodologias de alfabetização são diferenciadas, envolvendo não só a música, mas também brincadeiras. A alfabetização, porém, é em Língua Portuguesa. Apesar da lei garantir uma escola bilingue, os Xakriabás não usam a língua mãe para a alfabetização por já a ter perdido, o que fazem é tentar resgatá-la aos poucos. A professora participa do projeto “Saberes Indígenas” onde cria e documenta músicas, brincadeiras da aldeia, e assim, tenta recuperar a língua mãe e documentar a cultura local. Foi observado que as escolas indígenas não seguem o mesmo calendário compatibilizado com eventos municipais como prevê a Resolução nº 2810 de 13/11/2015. Elas possuem calendário próprio, que contempla noites culturais onde os alunos são livres para qualquer apresentação cultural, sendo teatro, dança e música, bem como todos os estilos de música como o forró, funk, rep e indígena também. Desta forma, podemos concluir que, existe um maior esforço por parte dos educadores indígenas, que buscam a retomada de ensinamentos e costumes tradicionais, e o uso de metodologias diferenciadas para que ocorram o resgate da língua materna Xakriabá e de sua cultura.
Palavras-chave Educação Indígena, Xakriabá, Cultura Indígena.
Forma de apresentação..... Painel
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