Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6860

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Fisiologia vegetal
Setor Departamento de Biologia Vegetal
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES, FUNARBE
Primeiro autor Franciele Santos Oliveira
Orientador WAGNER LUIZ ARAUJO
Outros membros Alice Carvalho de Oliveira, Auxiliadora Oliveira Martins, Thais Camargos da Silva, Willian Batista Silva
Título Alterações fisiológicas em clones de eucalipto submetidos a ciclos de alagamento e secagem
Resumo A Seca de Ponteiros de Eucalipto do Vale do Rio Doce (SPEVRD) é uma anomalia observada em campo e foi primeiramente constatada em plantios comerciais na região do Vale do Rio Doce. Essa região apresenta altitude entre 200 a 350 m, temperaturas médias em torno de 23 ºC e solos do tipo Cambissolos e Neossolos Flúvicos onde problemas de drenagem por determinados períodos do ano são recorrentes. Os sintomas observados no campo são caracterizados por perda na dominância apical, lesões nos ramos e nas folhas, murcha e queda das folhas, encarquilhamento e trincamento da casca. Esses efeitos são evidenciados após o período chuvoso e as plantas tem seu crescimento retomado no final do período seco. A má drenagem do solo gera um acúmulo de água e com isso reduz a concentração do oxigênio levando a alterações no processo fotossintético. Outro fator associado a essa anomalia é o período de seca podendo afetar a fotossíntese, condutância estomática e transpiração. Tendo em vista as observações de campo e estudos prévios sobre SPEVRD nosso trabalho objetivou avaliar as alterações fisiológicas em clones de eucalipto submetidos ao alagamento e secagem, uma vez que a ocorrência desse distúrbio envolve esses dois fatores abióticos. Para tanto, utilizou-se 2 clones, um tolerante e um sensível à SPEVRD com base em fenotipagem de campo. As plantas foram aclimatadas por 2 meses em casa de vegetação e após esse processo submetidas a 10 dias de alagamento, seguido por períodos de recuperação do alagamento, deficiência hídrica e recuperação dessa deficiência. As trocas gasosas foram avaliadas a cada dois dias sendo esse parâmetro utilizado como indicador de recuperação. De posse dos dados observou-se que antes dos estresses as plantas apresentavam taxas fotossintéticas (A) similares e à medida que o alagamento foi se estendendo notou-se uma queda na fotossíntese, que não foi seguida por quedas na condutância estomática (gs), podendo-se inferir que essa queda de A não é em decorrência de limitação difusiva. Após a recuperação e a submissão à seca a observou-se que o clone tolerante apresenta quedas em A e gs mais pronunciada que o clone sensível. Notou-se também que após 2 dias há uma recuperação rápida desses clones sob reidratação. Reduções na transpiração (E) e razão concentração interna e externa de CO2 (Ci/Ca) foram mais pronunciadas durante a seca, onde evidenciou-se uma queda brusca desses dois parâmetros sendo o clone tolerante o primeiro a reduzi-los. Em relação à taxa de transporte de elétrons (ETR) não se observaram quedas drásticas, indicando bom funcionamento do aparato fotossintético. Tomados em conjunto, os resultados obtidos indicam que durante o período de alagamento não foi possível observar respostas fisiológicas que conferem tolerância diferencial a esses clones e que sob seca o clone tolerante à SPEVRD apresenta respostas de quiescência, que parecem ser importantes para suportar essa anomalia em condições de campo.
Palavras-chave Trocas gasosas, alagamento, déficit hídrico
Forma de apresentação..... Painel
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