Resumo |
Existem muitas variações nas técnicas de detecção de estro. Essa prática é desafiadora e laboriosa em condições de campo. Assim, um bom manejo nesta detecção é fulcral para o sucesso na aplicação dos protocolos de inseminação artificial (IA). O objetivo do presente trabalho foi avaliar dois diferentes métodos de detecção de estro. Avaliou-se a média do intervalo desmame-estro (IDE), a taxa de retorno ao estro e a média de nascidos totais por parto. O protocolo de Inseminação Artificial (IA) adotado foi com a primeira dose realizada no momento da detecção do estro e a segunda 24 horas após. Este trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da UFV (protocolo 308/2011) e realizado em uma granja comercial situada na região de Ponte Nova, Minas Gerais, Brasil. Utilizou-se 153 matrizes pluríparas de diferentes ordens de parição das linhagens Camborough 23 e DB 90. A detecção de estro foi realizada duas vezes ao dia, às 07:30 e 17:00 horas, a partir da data do desmame até o sexto dia. A detecção foi baseada na manifestação de edema e hiperemia de vulva e, fundamentalmente, pela imobilidade da fêmea ao ser testada. As fêmeas do tratamento I (n=78, RTHBM) foram alocadas, logo após o desmame, em gaiolas dispostas no final do galpão de gestação, logo após o desmame, portanto não possibilitavam nenhum tipo de contato com os machos. Estas fêmeas foram testadas ao Reflexo de Tolerância ao Homem sem a presença do macho e foi considerada em estro aquela que apresentava imobilidade por meio de pressão lombar por 30 segundos. A matriz que não apresentasse imobilidade ao homem era encaminhada à baia que continha o macho, permitindo até três tentativas de monta pelo macho. Visando obter informações complementares, foi definido como 0 (zero) o momento da imobilização da porca para o homem na ausência do macho e como 1, 2 e 3 o momento de imobilização para o macho na primeira, segunda e terceira tentativa de monta, respectivamente. As fêmeas do tratamento II (n=75, RTHM) foram testadas pelo método de Reflexo de Tolerância ao Homem, mantendo as fêmeas nas gaiolas e com a presença do macho em frente à matriz. Observou-se uma média do IDE de 3,8 ± 0,9 (RTHMB) e 4,1 ± 0,7 (RTHM). Quanto à taxa de retorno ao estro após a IA, verificou-se 5,1% para o RTHMB e 8,0% para RTHM. A média de nascidos totais foi de 12,1 ± 3,2 (RTHMB) e 13,1 ± 3,1 (RTHM). Os resultados não diferiram (P>0,05) entre os diferentes métodos de detecção, sendo que, em ambos, a taxa de detecção de estro foi de 100%. Conclui-se que os dois métodos testados não comprometem a eficiência reprodutiva do rebanho, quando se utiliza o protocolo de IA de 0 e 24 horas. Todavia, o RTHM seria o mais indicado, visto que se utiliza de um manejo mais simplificado, já que todas as fêmeas permanecem em suas gaiolas durante o sistema de detecção do estro. Apoio: Germovet – Biotecnologia em Reprodução Animal. |