Resumo |
Introdução: o cuidado em saúde é dotado de complexidade, exigindo a existência de uma equipe multidisciplinar, que deve atuar de maneira integrada para assistir as necessidades dos indivíduos, considerando suas potencialidades e singularidades. Com o intuito de garantir uma assistência à saúde que considere o contexto social em que o indivíduo/família/comunidade estão inseridos emerge a Estratégia Saúde da Família (ESF). Esta deve se pautar na saúde como uma produção social, atuando longitudinalmente sobre os determinantes inscritos no território, alicerçada em práticas de prevenção, promoção e recuperação da saúde de indivíduos e coletividades. Nesta perspectiva insere a importância do vínculo entre a comunidade e os profissionais que compõem a equipe, o qual figura como elemento potencializador e qualificador do cuidado no âmbito da ESF. Objetivo: relatar a experiência discente no tocante à percepção do vínculo existente entre a equipe de saúde e uma comunidade adscrita a uma unidade de saúde da família de Viçosa. Descrição das principais ações: trata-se de uma experiência vivenciada por estudantes dos cursos de Enfermagem, Medicina, Nutrição, Educação Física e Educação Infantil que participam da Liga Acadêmica de Saúde Coletiva (LASAC). Tal experiência se deu no decorrer do primeiro semestre de 2016, por meio de observações empíricas da prática e do diálogo informal junto aos profissionais de saúde e usuários de uma unidade de saúde da família de Viçosa, onde a LASAC realiza atividades de campo. A inserção dos estudantes neste cenário permitiu aos mesmos mapear como tem se configurado a relação de vínculo equipe-comunidade, sendo tal diagnóstico necessário para o planejamento de ações futuras junto aos profissionais de saúde e à população. Resultados alcançados a até o momento: o vínculo define-se como uma relação pessoal estreita entre o indivíduo e o profissional de saúde, de forma que sejam criados laços, estabelecidas relações de escuta, de diálogo e de respeito. Evidenciou-se a existência de uma alta rotatividade dos profissionais na unidade de saúde em pauta, o que dificulta a criação e/ou manutenção do vínculo da equipe com os usuários, fragilizando o cuidado longitudinal previsto pela ESF. Entre os profissionais que estão há mais tempo atuando na unidade destaca-se os agentes comunitários de saúde, os quais construíram uma sólida relação de confiança com os usuários, sendo nítida a vinculação e (re)conhecimento destes profissionais com relação ao contexto de vida das famílias pertencentes à suas microáreas de atuação. Conclusões: o presente relato permite evidenciar empiricamente a importância da fixação dos profissionais que atuam na ESF, em virtude de isso viabilizar a construção e manutenção do vínculo da equipe com a comunidade, qualificando e ampliando o escopo das ações, bem como a co-responsabilização dos usuários no tocante ao autocuidado. |