Resumo |
Nos últimos anos, o Governo Brasileiro tem adotado medidas que visam mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) advindas, principalmente, do setor agropecuário e da mudança do uso da terra, bem como promover a criação de condições internas para lidar com os impactos das mudanças climáticas globais. Nesse âmbito, criou-se o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que tem como principal escopo incentivar a adoção de práticas sustentáveis que garantam a redução das emissões de GEE, aliadas ao aumento de renda dos produtores, sobretudo com a expansão de tecnologias como os sistemas agroflorestais (SAFs). Entretanto, apesar de já existirem alguns estudos relacionados com o potencial de estocagem de carbono deste tipo de sistema, pouco se conhece sobre a dinâmica de crescimento em carbono dos componentes dos SAFs, principalmente, o arbóreo. Nesse sentido, objetivou-se modelar o crescimento em carbono e se conhecer o potencial de neutralização dos gases de efeito estufa (GEE) do componente arbóreo em um sistema agroflorestal no município de Viçosa – Minas Gerais, Brasil. O estudo foi conduzido em um SAF, cuja área total é subdividida em 5 sub-áreas, com diferentes composições de sistemas agrossilvipastoris e silvipastoris. No período de 2012 a 2015 foi realizado o inventário florestal e, no ano inicial e final das medições, foi feita a cubagem de árvores amostras. O volume das árvores foi determinado pelo modelo proposto por Schumacher & Hall. Para projetar a dinâmica do crescimento, em nível de povoamento, foram ajustados os modelos de Gompertz e Logístico, utilizando o software DAP CurveFit (versão 0.7). Verificou-se que o modelo logístico foi o que apresentou melhor desempenho quanto às medidas de exatidão e, também, o que melhor descreveu o comportamento do crescimento e produção do SAF. Para o carbono, ficou evidenciado que seu crescimento se estabilizará em 161 tC.ha-1 próximo aos 150 meses. Durante este período, o incremento médio anual em carbono (IMAc) é de aproximadamente 10,20 tC.ha-1.ano-1, sendo este o valor que pode ser utilizado para o cálculo do balanço de carbono dos sistemas. Desta forma, pode-se concluir que o SAF possui potencial para contribuir na neutralização das emissões dos GEE das atividades oriundas das propriedades rurais, devido à alta capacidade de estocagem de carbono dos indivíduos arbóreos. |