Resumo |
A epiderme é o tecido de revestimento dos órgãos vegetais e tem origem no meristema apical, da atividade da protoderme que, por meio de divisões celulares, origina um tecido geralmente com uma única camada de células. Por estar em contato direto com o ambiente a epiderme fica sujeita às varições do clima. As células da epiderme são vivas e vacuolizadas. Na epiderme, além das células epidérmicas comuns, conhecidas como células ordinárias, podem ocorrer outros tipos de células com funções específicas, como as células-guarda dos estômatos e uma grande variedade de tricomas tectores e secretores. As características da epiderme são de fundamental importância para a adaptação das planta ao seu ambiente o qual pode apresentar escassez ou riqueza de água, alta ou baixa luminosidade. Diversos caracteres epidérmicos, em especial da folha, também são úteis para delimitações taxonômica de grupos. Propõe-se nesse estudo analisar a epiderme de Astraea hauthalii (Kuntze) P.E. Berry, por meio de duas diferentes técnicas, diafanização e dissociação. No processo de diafanização, folhas inteiras foram mergulhadas em uma solução de hidróxido de sódio (NaOH) 5% por 12 horas em estufa, em seguida lavadas em água destilada, na sequência, as amostras foram clarificadas com hipoclorito de sódio (NaClO) 20%, lavadas e mantidas em uma placa de Petri contendo etanol 50%, por 30 minutos. Ao final as amostras foram coradas com safranina em solução alcoólica 50% e a montagem foi feita sobre lâmina e lamínula com gelatina glicerinada. Neste procedimento a folha se torna translúcida, possibilitando, a descrição anatômica sem a necessidade de seccionar a amostra. No processo de dissociação, fragmentos foliares foram cortados e mergulhados na solução de Jeffrey (ácido crômico 10% + ácido nítrico 10%, 1:1). Em seguida, lavados em água destilada e em etanol 50%, corados com safranina alcoólica e montados em gelatina glicerinada. As lâminas obtidas foram analisadas em microscópio de luz e imagens obtidas em fotomicroscópio. Por meio da técnica de dissociação foi possível observar somente células do tecido epidérmico, células ordinárias de contorno retilíneo e estômatos do tipo paracítico. Já na análise da diafanização foliar também foi possível verificar que os estômatos estavam distribuídos nas duas faces da folha, inferior e superior. As características das células que compõem o mesofilo e o sistema condutor também foram observadas, uma vez que na diafanização o material se torna semi- transparente . Assim, por meio das duas técnicas foi possível descrever as características da epiderme foliar de modo a esclarecer a importâncias das células para o reconhecimento da espécie. |