Resumo |
A intensa procura por novas fontes de materiais renováveis como substitutos para produtos derivados de petróleo e o avanço nas pesquisas com nanomateriais justificam os estudos de caracterização de nanocristais de celulose (CNC). A aplicação desses nanocristais confere melhores propriedades mecânicas ao produto ao qual este foi adicionado aumentando, por exemplo, a resistência à tração do material. Foram utilizados resíduos de fábrica de tecido de algodão para produção de nanocristais de celulose. O uso desses resíduos é interessante por ser uma fonte de baixo custo e abundante e que possui alto teor de celulose em sua constituição. Além da caracterização dos nanocristais obtidos dessa fonte, observou-se as características desses após algumas metodologias de secagem da suspensão de nanocristais. Os nanocristais de celulose foram extraídos por meio de uma hidrólise ácida à quente da celulose,〖 H〗_2 〖SO〗_4 65%(V⁄V),55°C,50 min. A secagem foi feita em estufa e por liofilização. A caracterização foi realizada empregando-se a técnica de espalhamento de luz dinâmico (DLS), medida de potencial Zeta e microscopia de força atômica (AFM) que através das fotomicrografias e associado ao software ImageJ® permitiram elucidar a estrutura do cristal que é alongada, com elevada razão de aspecto -comprimento/diâmetro. Pela análise de potencial Zeta tirou-se conclusões acerca da estabilidade da suspensão, todas a suspensões obtidas se apresentaram estáveis com potencial obtido em torno de ∓30mV. A partir das medidas de espalhamento de luz e dos dados de microscopia obteve-se, respectivamente, as seguintes dimensões do nanocristal antes da secagem, 304 nm e 22 nm e 251,40 ± 2,26 nm e 17,65 ± 1,2 nm. Pelas medidas de potencial Zeta observou-se que após o processo de secagem a hidrodinâmica dos nanocristais se alterou, o que indica que esse tipo de operação leva à mudanças estruturais nesse material. Pelo Zetasizer, constatou-se os seguintes valores para o diâmetro hidrodinâmico dos nanocristais: 175,55 ± 2,26 nm, 840,94 ± 38,43 nm e 644,95 ± 167,38 nm, para as suspensões antes da secagem, após secagem em estufa e após liofilização, respectivamente, o que corrobora com a hipótese de que o processo de secagem modifica a estrutura desses. |