Resumo |
No Brasil, a importância social e econômica do leite é inquestionável. Diante disto, é constante a busca de um sistema de produção economicamente eficiente. Diante destas considerações, constituem como objetivos do presente trabalho, avaliar a resposta de vacas mestiças (Holândes X Zebu) de diferentes escores de condição corporal à indução hormonal da ciclicidade ovariana e posterior taxa de prenhez. O experimento foi conduzido em quatro propriedades localizadas na região de Valença, Sul do Estado do Rio de Janeiro. A condição reprodutiva foi avaliada por palpação e ultrassonografia transretal. Os animais foram classificados quanto ao escore de condição corporal (ECC), segundo a escala de 1 a 5, onde 1 = muito magra, 2 = magra, 3 = regular, 4 = boa e 5 = gorda. Foram utilizadas 229 vacas em lactação, com média de 79,1±29,3 dias de pós-parto. As vacas foram agrupadas em três grupos experimentais (G1, G2 e G3) de acordo com o ECC. No grupo G1 foram utilizados 72 animais com ECC menor que 2,5. No grupo G2 foram 96 animais com ECC igual a 2,5. No grupo G3 foram utilizados 61 animais com ECC acima de 2,5. Todos os animais foram submetidos ao protocolo de indução hormonal do estro da seguinte maneira: introdução de um dispositivo intravaginal de progesterona (DIP) com 1,9g de progesterona (CIDR®) e injeção intramuscular de 2mg de Benzoato de Estradiol (BE) (Estrogin®) (denominado dia zero da indução hormonal). No dia sete foi realizada uma avaliação ultrassonográfica nas vacas para verificar a presença ou não de corpo lúteo (CL). Os animais que apresentavam CL receberam 500µg de cloprostenol sódico (Sincrocio®) intramuscular. Também no dia sete, os animais receberam 300 UI de ECG (Novormom®). No Dia oito foi retirado o implante de progesterona e aplicado 2mg de cipionato de estradiol (ECP®), pela via intramuscular. Após a retirada do implante iniciou-se a observação de estro. Vacas detectadas em estro foram inseminadas 12 horas depois. Aquelas não detectadas foram inseminadas 48 horas após a retirada do implante. Foram realizadas avaliações ginecológicas (palpação e ultrassonografia transretal) nos dias zero, oito, 17 e 28. Observou-se que a taxa de ovulação foi de 52,78%; 79,17% e 83,61% para os respectivos grupos G1, G2 e G3, após a terapia hormonal. O resultado do grupo G1 foi inferior (P<0,05) aos encontrados nos grupos G2 e G3, os quais foram semelhantes entre si (P>0,05). As taxas de prenhez foram de 18,65%, 42,75% e 47,5% para os respectivos grupos G1, G2 e G3. Verificou-se diferença (P<0,05) quando comparada a taxa obtida no grupo G1 com as encontradas nos grupos G2 e G3. De acordo com os resultados obtidos neste estudo, animais magros apresentam menores taxas de ovulação e de prenhez à IATF, ressaltando a importância do ECC sobre o “status” reprodutivo de rebanhos leiteiros. Apoio: Embrapa – Gado de Leite. |