Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6739

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Políticas públicas e desenvolvimento social
Setor Departamento de Administração e Contabilidade
Bolsa FUNARBEN
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FUNARBE
Primeiro autor Marina Arnaut Brandão
Orientador WESCLEY SILVA XAVIER
Outros membros Bruna Caroline Moreira Silva
Título Adoção das Cotas na UFV: Diagnóstico de Pontos Críticos na Formação Discente
Resumo A Lei de Cotas, aprovada em 2011, é uma politica de ação afirmativa, que busca além da inclusão das minorias, a reparação das desigualdades acumuladas.Objetivamos analisar tal politica no cenário da UFV, avaliando o desempenho dos alunos ingressantes desde 2013, cotistas e não cotistas ao longo de sua formação acadêmica, não somente quantitativamente através dos coeficientes dos alunos, mas também com uma abordagem qualitativa, visando assim diagnosticar eventuais pontos críticos que possam impactar o discente ao longo de sua graduação e ainda, num segundo momento, a proposição de melhorias. Com os coeficientes fornecidos pelo Registro Escolar, calculamos as médias separando discentes cotistas dos não cotistas e posteriormente obtivemos a razão entre as mesmas, com intuito de verificar o quão próximo de 1 seriam os resultados, sendo que, quanto mais distante de 1, maior diferença existe entre o desempenho do cotista do aluno não cotista no curso avaliado. Além disso, foi calculada a correlação da nota de ingresso na UFV, obtida pelo ENEM, e o Coeficiente de Rendimento Acumulado – CRA. Para obtermos dados que nos permitissem identificar pontos críticos na graduação, entrevistamos com roteiro semiestruturado dez coordenadores de cursos de graduação, sendo quatro entre os que apresentaram a razão muito próxima de 1, e os demais com a razão ou muito menor ou maior que 1, buscando dessa forma abranger as diversas situações existentes. Nossos resultados quantitativos mostraram que 82,2% dos cursos obtiveram razão das médias acima de 0,900, evidenciando que discentes dos dois grupos estudados apresentam desempenho muito semelhante. A correlação obtida foi baixa ou muito baixa entre nota do ENEM e CRA dos alunos mostrando que não podemos afirmar que um bom desempenho no ENEM garante bons resultados na graduação, bem como afirmar que uma nota inferior no momento de ingresso à universidade é prévia de um mau desempenho futuro. Durante as entrevistas com os coordenadores, a maioria destes não soube identificar entre seus alunos quais seriam ingressantes pelas cotas ou não, mas foi argumento frequente entre os coordenadores entrevistados que houve queda no “nível” dos alunos após 2013, com algumas atribuições ao SISU, que por possibilitar ao aluno além de escolher uma segunda opção de curso, permite manejar sua escolha de acordo com a nota mínima para ingresso, facilitando a entrada nas universidades o que pode ocasionar escolhas por carreiras que o discente não se identifica que não seria sua opção no vestibular convencional. Nos foi sugerida a criação de um “ano zero”, no qual o ingressante teria um reforço das matérias básicas, tornando-o mais preparado para as matérias da graduação. Alguns julgaram a tutoria, já existente na UFV, como suficiente para sanar eventuais desníveis entre os ingressantes. No quesito envolvimento em atividades extracurriculares, não foi percebida variação entre o período que antecede a Lei de Cotas e os anos seguintes.
Palavras-chave Cotas, Lei de Cotas, Ação Afirmativa
Forma de apresentação..... Painel
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