Resumo |
A toxoplasmose na gestação é uma zoonose causada pelo parasita intracelular obrigatório Toxoplasma gondi, que possui prevalências variáveis no território brasileiro, entre 50% a 80%. A doença na gestação é responsável pela infecção congênita, trazendo consequências graves como morte fetal, crescimento intrauterino restrito, prematuridade, doenças neurológicas e oculares, dentre outras. A assistência pré-natal se faz fundamental para promover a profilaxia, rastreamento e manejo clínico da doença, e desta forma, contribuir para a diminuição das taxas de incidência e prevalência nas formas materna e neonatal. Dessa forma, quais ações dos profissionais pré-natalistas podem influenciar positivamente no controle desse agravo durante o período gestacional? O presente trabalho objetiva descrever, por meio da literatura científica, as ações que devem ser realizadas para prevenção, rastreamento e manejo clínico da toxoplasmose na gestação durante a assistência pré-natal de baixo risco. Trata-se de uma revisão de literatura do tipo narrativa, cuja busca foi realizada na Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando-se os descritores “toxoplasmose” amd “gestação” and “cuidado pré-natal” contidas no título, resumo ou assunto. Utilizou-se como critério de inclusão os artigos disponíveis na íntegra e publicados nos últimos cinco anos. Foram encontrados 19 artigos, dos quais 7 fizeram parte do estudo a partir da seleção através da leitura do resumo dos artigos. Especula-se que quanto maior o número de consultas de pré-natal for realizado, maior será o conhecimento das gestantes acerca de medidas profiláticas e dos fatores de risco. Sabe-se que a toxoplasmose é assintomática na maioria dos casos e o risco de infecção no concepto é menor no início da gravidez, contudo a gravidade da lesão aumenta nesse período. Acrescenta-se que a assistência pré-natal torna-se importante sustentáculo para diagnóstico e tratamento precoce da doença. Desta forma, o diagnóstico é preconizado pelo Ministério da Saúde através dos testes sorológicos no primeiro e terceiro trimestre juntamente com o rastreamento dos fatores de riscos, principalmente quando a gestante é considerada imune. Outro ponto evidenciado pelos autores é a interpretação correta dos testes sorológicos por parte dos profissionais de saúde, na qual direcionará as conseguintes condutas. É fundamental enfatizar a importância da educação em saúde durante as consultas, que se torna um alicerce para a promoção de mudanças positivas quanto aos hábitos de vida, de higiene e cuidados como medidas profiláticas da doença. Ademais, quando soropositiva, a gestante deve ser referenciada para a atenção secundária para seguimento do pré-natal, portanto ressalta-se a importância do funcionamento adequado em rede dos níveis de atenção em saúde. Portanto, a adesão e a acessibilidade somados a uma assistência ao pré-natal de qualidade tornam-se fatores potencializadores para proporcionar mudanças otimistas nos desfechos perinatais. |