Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6709

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História, política e cultura
Setor Departamento de Ciências Sociais
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Daiene Pinto Pinheiro
Orientador DIOGO TOURINO DE SOUSA
Título Um ideal normativo para a democracia presente: a escola pública como espaço de convívio comum
Resumo As relações sociais contemporâneas vêm sendo pautadas pela dinâmica do mercado e suas correlatas concepções de justiça, o que ocasiona desafios para a vida democrática (SANDEL, 2012). O distanciamento dos indivíduos em relação à participação nos assuntos públicos e à fragmentação do convívio coletivo são alguns indicadores dos problemas postos ao andamento das democracias ocidentais (TAYLOR, 2011). Nesse contexto, a ausência de uma cultura política democrática figura como um dos fatores centrais da apatia e da ausência de laços entre os indivíduos (MOISÉS, 1995). Todavia, sua formação é dificultada pela fragmentação da sociedade em classes e, consequentemente, pela “territorialização” dos espaços da cidade, o que rompe com o universalismo dos direitos e impede a possibilidade do convívio coletivo (BURGOS, 2005). Neste cenário, a escola pública – instituição massificada a partir dos anos 1970 – surge como um espaço possível para interações para além da fragmentação da sociedade em classes. Mais do que como uma instituição pedagógica, a escola pública pode ser entendida como uma instituição política ao promover um espaço de convívio cada vez mais escasso nas cidades e, com efeito, permitir o diálogo entre o diferente. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo mapear o universo moral dos estudantes do ensino médio de Viçosa-MG, buscando identificar suas experiências de convívio comunitário e associativismo, e as formas de participação que pautam a vida na cidade. O estudo elegeu quatro escolas públicas do município, tomando como critério sua localização no espaço da cidade. A partir de então, foram realizadas entrevistas semiestruturadas em uma amostra intencional construída a partir da vivência prévia nas escolas escolhidas, dividindo os estudantes em dois grupos: (1) engajados – com ativa participação nas atividades da escola, grupos artísticos, grêmios estudantis, associativismo religioso, etc.; e (2) não engajados. Posteriormente, a pesquisa realizou um levantamento quantitativo numa amostra probabilística. Os resultados corroboram com a hipótese de pesquisa, a saber, o entendimento da escola pública como um local de construção de laços inexistentes no mundo do mercado. As entrevistas indicam que a escola, além de promover o acesso à informação, figura como um espaço capaz de formar laços de amizade e solidariedade caros para a construção de uma cultura política democrática.

BURGOS, M. Cidade, território e cidadania. DADOS, 2005.
MOISÉS, J. A. Os brasileiros e a democracia. São Paulo: Ática, 1995.
SANDEL, M. Justiça: o que é fazer a coisa certa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
TAYLOR. C. A ética da autenticidade. São Paulo: É Realizações, 2011.
Palavras-chave Democracia, espaço público, participação
Forma de apresentação..... Oral
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