Resumo |
A floresta tem um papel importante no recebimento da chuva, onde ela faz uma partição, parte atinge o solo através do escoamento pelo tronco e da precipitação interna, a outra retorna a atmosfera por meio da interceptação e evapotranspiração. A água que fica contida nas copas e em seguida evaporada para a atmosfera, pelo fato de não ser convertida em precipitação efetiva, caracteriza o processo de interceptação. Característica da precipitação e das condições climáticas, tipo e densidade da vegetação e época do ano, são fatores que influencia a interceptação da chuva pelo dossel. Com isso o objetivo desse trabalho foi quantificar a interceptação, em dois estágios de regeneração de uma Floresta Estacional Semidecidual localizada na bacia do córrego Santa Catarina durante o período de agosto de 2014 à julho de 2015. O presente trabalho foi conduzido na estação de Pesquisas, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso, localizada no município de Viçosa, na Zona da Mata de Minas Gerais. A interceptação é calculada por simples diferença, a equação leva em consideração a chuva que cai sobre o dossel da copa (precipitação em aberto) e a precipitação que cai sob o dossel (precipitação interna) mais o escoamento pelo tronco. A precipitação em aberto foi obtida por um pluviógrafo e por medições realizadas em um pluviômetro de PVC, instalado em uma torre acima do dossel da floresta. Para a quantificação da precipitação interna, foram lançadas seis parcelas de 20m x 20m, três na área de regeneração inicial e três na área de regeneração avançada, espaçadas 10m entre si. Cada parcela é composta por 25 pluviômetros distanciados 5m entre si. Para a medição do escoamento pelo tronco (Et) foram adaptados coletores à base de poliuretano nos troncos das árvores com circunferência ≥ 15 cm medidas a 1,30 m sobre o nível do solo (CAP). A água da chuva foi direcionada por uma mangueira de 5∕8” afixadas aos coletores para recipientes individuais de plástico. Foi realizada uma análise estatística da interceptação para observar se houve diferença entre as áreas de regeneração, sendo utilizado o teste t a 5% de probabilidade. A precipitação em aberto foi de 992,1mm. A interceptação foi de 195,53mm, que corresponde a 19,71% da precipitação em aberto. Na área de sucessão avançada a interceptação foi maior com 261,21mm, correspondendo 26,33% da precipitação em aberto. Embora não tenha tido diferença estatística pelo teste t a 5%, essa diferença é justificada pelo fato da área mais avançada, ter árvores com copas mais densas, que favorecem a interceptação. |