Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6678

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Zoologia
Setor Departamento de Biologia Animal
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Sofia Luz Andrade Barreto
Orientador RENATO NEVES FEIO
Outros membros Carla da Silva Guimarães
Título Estudo taxonômico com base em aspectos osteológicos de Brachycephalus aff. ephippium da Serra do Brigadeiro, Zona da Mata, Minas Gerais, sudeste do Brasil.
Resumo A Serra do Brigadeiro, remanescente de Mata Atlântica que se encontra na porção norte do conjunto serrano da Mantiqueira, área de Zona da Mata de Minas Gerais, é um conjunto de fragmentos de mata de extrema importância para a conservação da fauna e flora. Associado a isso, muitos estudos de composição são feitos, visto que não se conhece a totalidade de espécies que existem no local. Quanto à anurofauna – sapos, rãs e pererecas - a Serra do Brigadeiro abriga, dentre outras, populações de uma espécie de sapinho pingo-de-ouro (gênero Brachycephalus Fritzinger, 1826) que até 2012 era identificada como B. aff. ephippium Fritzinger, 1826. Este gênero sofreu, durante o processo evolutivo, miniaturização do tamanho do corpo, perda de falanges das mãos e pés, perda de ossos do crânio e, associado a estas características, hiper-ossificação de estruturas do crânio e do dorso que se desenvolveram em 1) placas paróticas e 2) placas paravertebrais e espinhais, respectivamente. A partir de comparações mais precisas entre os espécimes de B. ephippium da localidade tipo, Rio de Janeiro, foram apontadas notáveis diferenças morfológicas entre os indivíduos destas populações. Com a finalidade de desvendar a identificação dos Brachycephalus da Serra do Brigadeiro, foram feitos estudos da morfologia externa, histologia, canto e osteologia, esta última aqui apresentada. Para as análises e descrições osteológicas, três espécimes depositados na Coleção de Anfíbios do Museu de Zoologia João Moojen – UFV foram submetidos ao processo de diafanização, técnica laboratorial que se utiliza de hidróxido de potássio para tornar os músculos translúcidos, Alcian Blue para corar cartilagem de azul e Alizarina vermelha para corar ossificações de roxo, o que possibilita a diferenciação entre estes tecidos. Como resultado, foi observado que os indivíduos da Serra do Brigadeiro apresentam, no crânio, placa parótica bem desenvolvida, de com conformação convexa e ornamentada com espículas ósseas dermais; nasais, esfenoide, frontoparietais, proóticos e exocipitais fundidos formando uma placa craniana dorsal com ornamentação óssea dermal. No esqueleto pós-craniano, foi observado que a cintura escapular é arciférica e robusta; omosterno e esterno ausentes; coluna vertebral composta por oito vértebras pré-sacrais; presença de placas espinhais associadas aos processos espinhas das vertebras I a VIII, sendo as placas I a III no formato trapezoide e superfície dorsal convexa; presença de placas paravertebrais quadradas com as bordas externas arredondadas, superfície dorsal convexa e ambas estruturas – placas paravertebrais e espinhais – cobertas por ornamentações ósseas. Como resultado, foi observado que morfologia osteológica dos indivíduos da Serra do Brigadeiro sugere que a população dali seja uma nova espécie em decorrência do formato das placas paróticas, espinhais e paravertebrais, que são diferentes das do B. ephippium e de todas as demais espécies do gênero.
Palavras-chave osteologia, brachycephalus, taxonomia
Forma de apresentação..... Oral
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