Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6663

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Água e solos
Setor Departamento de Solos
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Thaís Soares da Silva
Orientador LEONARDUS VERGUTZ
Outros membros Fernanda Schulthais, Laura Romualdo Schittini
Título Utilização de sistema de fluxo contínuo para determinação da adsorção de fósforo pela goethita
Resumo Solos muito intemperizados, como no caso dos brasileiros, apresentam predomínio de cargas positivas em sua fração argila devido, principalmente, à presença de oxidróxidos de Fe e de Al. A presença destes oxidróxidos favorece a adsorção de P em formas não disponíveis para as plantas. Considerando que as reservas de fósforo são finitas, estudos que buscam entender o processo de adsorção de P por argilominerais são essenciais para otimizar a utilização dos fertilizantes fosfatados. O objetivo deste trabalho foi determinar a capacidade máxima de adsorção de P (CMAP) da goethita (FeOOH), utilizando um sistema de fluxo contínuo sob diferentes condições de pH. Os valores de pH estudados foram de 4,5 e 6,0 e, a concentração da solução ajustada com KCl para simular a força iônica dos solos foi de 10 mmol L-1. Para cada uma das condições de pH estudadas foram preparadas suspensões concentradas contendo a goethita. Uma alíquota de 1,5 mL dessa suspensão foi colocada no interior de uma câmara de 17 mL acoplada a um sistema de fluxo contínuo com vazão de 1 mL min-1. Após a adição da goethita no interior da câmara esta era fechada e preenchida com uma solução “background” (solução contendo apenas a força iônica e o pH ajustados de acordo com cada estudo, sem adição de P). Quando a manutenção do fluxo era atingida utilizava-se uma nova solução, igual à utilizada para preencher a câmara, porém contendo 500 μmol L-1 de P, e as alíquotas que passavam pela câmara eram recolhidas a cada 2 min utilizando-se um coletor de frações. Foi feito também uma prova em branco cujo os procedimentos eram os mesmos, exceto pela não adição da suspensão contendo goethita. A diminuição do pH favoreceu o aumento da adsorção de P pela goethita. Para o pH 4,5 a CMAP foi de 49,83 mg g-1 enquanto no pH 6,0 este valor foi de 26,50 mg g-1. Em condições de pH mais baixo (ácido), o pH do meio fica mais distante do PCZ de argilominerais como a goethita, fazendo com que haja um predomínio de cargas positivas e, consequentemente, maior adsorção de P nessas condições. Isso corrobora com a importância do caráter eletrostático dessa interação. Por esta razão, no pH de 4,5 (mais baixo e mais ácido), foram encontrados os maiores valores de adsorção de P pela goethita comparativamente ao pH 6,0. Assim, o manejo do solo, sobretudo daqueles mais intemperizados, como é o caso dos solos brasileiros, com predomínio de cargas positivas na fração argila é essencial para a otimização da adubação fosfatada. Solos com pH mais baixos (ácidos) atuam, de modo geral, como dreno para o P aplicado. Nestes solos a adubação fosfatada deve ser realizada de modo que o acesso do P seja favorecido em detrimento ao acesso pelo solo e a consequente adsorção e transformação em formas não-lábeis.
Palavras-chave solos, fosfóro, goethita
Forma de apresentação..... Painel
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