Resumo |
Introdução: A síndrome de Down (SD) é caracterizada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de uma pessoa. A alteração cromossômica desencadeia uma série de características físicas (olhos amendoados, pescoço curto e baixa estatura), cognitiva (déficit intelectual) e motora (déficit na marcha, dificuldade na coordenação motora fina e grossa), tais fatores acarretam prejuízos no desenvolvimento das atividades diárias de pessoas com SD. Destaca-se a importância de desenvolver a coordenação motora fina, pois diversas atividades do dia-a-dia requerem esta habilidade, entretanto, para desenvolver programas eficazes é necessário realizar uma avaliação. Percebe-se na literatura uma escassez de testes validados que permitam mensurar a coordenação motora fina desses indivíduos. Objetivo: Averiguar a viabilidade da Bateria de Testes de Performances Motoras (MLS), "Labirinto", na precisão dos movimentos braço-mão" em crianças com SD. Materiais e Métodos: A amostra foi composta por dois participantes com diagnóstico de síndrome de Down (Participante A – 7 anos e Participante B – 11 anos), atendidos no Laboratório de Estimulação Psicomotora do Departamento de Educação Física, UFV-MG. Os participantes foram avaliados uma única vez pela Bateria de Testes de Performances Motoras (MLS). Selecionou-se o teste de Labirinto, o qual se avaliou quatro fatores relacionadas à coordenação fina: "Precisão" (movimento orientado para um alvo); "Insegurança das mãos, tremor"; "Destreza de mãos e dedos" por meio do exercício “Labirinto” e "Velocidade pulso-dedos" através do exercício “Tapping”. Resultados: Os resultados (percentis) referente a coordenação fina da mão direita foram: Precisão: A=100, B=0; Segurança: A=0, B=0; Labirinto: A=85, B=32; Tapping: A=0, B=0. Já em relação a mão esquerda obteve-se os seguintes resultados: Precisão: A=2, B=100; Segurança: A=2, B=2; Labirinto: A=85, B=57; Tapping: A=0, B=0. Segundo os dados, observa-se que os participantes obtiveram notas inferiores aos parâmetros estipulados em todos os exercícios realizados, chegando a zerar algumas variáveis, como no caso do Tapping. Conclusão: Os resultados encontrados não permitem afirmar a viabilidade do teste para essa população, todavia, demonstra que crianças com SD apresentaram dificuldades de desempenhar a tarefa. Sugere-se a aplicação deste teste em uma quantidade maior de pessoas com SD, abrangendo diferentes idades de forma que possa-se chegar a conclusões mais concretas sobre a viabilidade do teste para esta população. |