Resumo |
O sombreamento do cafeeiro pode favorecer o acúmulo de açúcares e sólidos solúveis, formando frutos maiores e com melhores características físicas e sensoriais. O processamento pós-colheita por via seca é a forma mais utilizada no Brasil e na região da Zona da Mata mineira, sendo os frutos secos na sua forma integral, imediatamente após a colheita, produzindo o café seco em coco ou café natural. De acordo com o formato do grão e a sua granulometria, os grãos podem ser classificados em: chato graúdo, chato médio, chato miúdo, moca graúdo, moca médio e moca miúdo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o tamanho dos grãos de café cultivados em monocultivo (pleno sol) e em sistema agroflorestal (SAF) com dois tipos de manejo pós-colheita, um de boa qualidade e outro inadequado. Os cafés avaliados foram colhidos na safra 2014/15 no município de Viçosa - MG. A lavoura de Coffea arabica L. cv. Oeiras - MG 6851 está localizada a 675 m de altitude, possuindo 17% de declividade e face de exposição solar noroeste (soalheira). Um talhão foi conduzido a pleno sol e outro em SAF com Erythrina spp. Os frutos foram colhidos pelo método de derriça total, em diferentes estádios de maturação (verde, cereja e seco) e encaminhados para o laboratório de Agroecologia onde foram processados por via seca. As parcelas que receberam manejo pós-colheita adequado foram secas em camadas finas e com dez revolvimentos ao dia. Após reduzirem o teor de água para 30%, os frutos foram retirados do terreiro de secagem e levados para uma estufa com circulação forçada de ar a 35 ºC. Na estufa os frutos também foram mantidos em camadas finas e revolvidos diariamente. As outras parcelas, que receberam o manejo pós-colheita inadequado, foram mantidas em terreiro, em camadas finas, porém com apenas um revolvimento dos frutos ao dia. Após atingirem o teor de água adequado, entre 11 e 12%, os frutos foram armazenados em local arejado e com monitoramento da temperatura e umidade relativa do ambiente. A classificação do tamanho dos grãos foi feita de acordo com as normas estabelecidas pelo Regulamento Técnico de Identidade e de Qualidade para a Classificação do Café Beneficiado Grão Cru, do MAPA. Foi utilizado delineamento experimental inteiramente casualisado em esquema fatorial 2 × 2, sendo o fator A o sistema de cultivo e o fator B o manejo pós-colheita com três repetições. Houve interação entre os fatores apenas para os grãos das categorias chato graúdo e moca médio. O sistema de cultivo influenciou significativamente os grãos das categorias chato graúdo, chato miúdo e moca médio. A qualidade do manejo pós-colheita influenciou significativamente os grãos das categorias chato graúdo, médio e miúdo, e moca médio e miúdo. Os cafés cultivados em SAF e submetidos a um manejo pós-colheita adequado apresentaram os maiores percentuais de grãos moca médio. |