Resumo |
INTRODUÇÃO: Os contraceptivos hormonais combinados são os métodos mais utilizados pela população feminina brasileira e se consistem pela associação entre estrogênio e progestogênio. Estão disponíveis em diversas composições e vias de administração, agindo no bloqueio da ovulação, espessamento do muco cervical, além de tornar o endométrio impróprio à implantação e reduzir a secreção e peristalse das tubas uterinas. Segundo os critérios de elegibilidade proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mulheres saudáveis e não tabagistas podem utilizar estas opções de anticoncepcionais e usufruir de seus benefícios. Entretanto, em mulheres com 35 anos ou mais e tabagistas o uso de deles é contraindicado. Diante do exposto surge a seguinte questão para estudo: quais são os riscos envolvidos no uso de contraceptivo hormonal combinado por mulheres tabagistas com 35 anos ou mais? OBJETIVO: Avaliar a literatura científica sobre o risco do uso de método contraceptivo hormonal combinado por mulheres tabagistas com 35 anos ou mais. METODOLOGIA: Revisão da literatura narrativa realizada com base em artigos científicos colhidos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), selecionados a partir dos descritores: métodos contraceptivos e tabagismo e dois documentos oficiais da organização mundial de saúde. RESULTADOS: A seleção da literatura científica referente ao tema resultou na inclusão de 6 artigos no estudo. As evidências científicas mostraram que o etinilestradiol provoca alterações significativas na cascata de coagulação, culminando com aumento da geração de trombina e dos fatores de coagulação, além da diminuição dos inibidores naturais da coagulação, gerando um efeito pró-coagulante leve. Além disso, o tabagismo também favorece a ocorrência de tromboembolismo venoso (TEV), visto que substâncias encontradas no cigarro, como a nicotina, provocam estado pro-trombótico, através da ativação plaquetária. Alguns estudos também discutem que o risco de Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral entre usuárias de contraceptivos combinados eleva-se com a coexistência de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como o tabagismo. Vale salientar que, esse efeito é mais pronunciado em mulheres acima dos 35 anos de idade. Deste modo, para mulheres com maior risco para trombose venosa, entre elas encontram-se as tabagistas e com idade superior a 35 anos, é preferível o uso de contracepção com progestágenos isolados. CONCLUSÃO: Conclui-se que os estudos tem demostrado que o uso de contraceptivos hormonais combinados tem sido positivamente associado á ocorrência de tromboembolismo venoso (TEV) e outros eventos cardiocirculatórios e esse risco aumenta na presença de condições clínicas especiais, dentre elas o tabagismo e a idade de 35 anos ou mais. |