Resumo |
A melancia apresenta versatilidade na forma de consumo, bem como uma considerável potencialidade nutricional, mas pouco utiliza-se em combinação com outros alimentos no Brasil, sendo melhor utilizada isoladamente como sobremesa. A casca da melancia é rica em fibras insolúveis e a entrecasca é um subproduto rico em fibra alimentar insolúvel. Logo, o seu aproveitamento na elaboração de produtos alimentícios ou de medicamentos pode contribuir para o aumento dos teores de fibra insolúvel na dieta, além de reduzir os desperdícios industriais. O avanço dos estudos envolvendo substâncias extraídas de plantas tem mostrado o efeito benéfico de alguns destes compostos sobre o funcionamento de diversos órgãos do corpo, incluindo o tratamento de doenças neurodegenerativas, câncer e doenças cardiovasculares, além de seus efeitos sobre a reprodução. O objetivo deste estudo foi avaliar a ação do extrato da casca e entrecasca da melancia sobre o diâmetro dos túbulos seminíferos de camundongos suíços idosos. As melancias foram obtidas de um único lote, de um mesmo produtor, a casca e entrecasca foram separadas da polpa, retirando-se toda fração vermelha da entrecasca. A entrecasca juntamente com a casca foi finamente picada, secada em forno à temperatura de 65ºC e triturada em moinho. Foi feito o extrato e dosado o aminoácido L-citrulina, sendo encontrado 1,27g/L. O presente estudo foi autorizado pela Comissão de Ética no Uso de Animais – CEUA-UFV- 43/2015. Utilizou-se 12 camundongos suíços idosos (226 dias), quando foram divididos em dois grupos, o grupo controle que recebeu água por gavagem e o grupo tratamento que recebeu o extrato da casca e entrecasca de melancia, contendo 30 mg/kg do aminoácido L-citrulina, por gavagem, durante 39 dias. No 40º dia os animais foram anestesiados e eutanasiados. Os testículos foram retirados, pesados e fixados em Karnovsky e armazenados em etanol 70%. Os fragmentos testiculares foram incluídos em historesina, sendo feitas secções de 3µm, coradas com azul de toluidina-borato de sódio 1%. As imagens do parênquima foram obtidas em fotomicroscópio Olympus BX-53 com câmera Olympus DP-73 acoplada. As análises morfométricas foram realizadas através do programa Image Pro Plus. Mensurou-se o diâmetro médio dos túbulos seminíferos a partir de 20 secções transversais por animal. Foram escolhidos os túbulos que apresentavam o contorno mais circular possível. Os animais tratados apresentaram aumento significativo no diâmetro tubular (p=0,001453). Conclui-se, que este aumento no diâmetro dos túbulos seminíferos pode estar relacionado com estimulação da atividade espermatogênica em camundongos idosos. |