Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6582

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História, política e cultura
Setor Departamento de História
Bolsa FUNARBIC/FUNARBE
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FUNARBE
Primeiro autor Marcelo Felício Martins Pinto
Orientador PRISCILA RIBEIRO DORELLA
Título As interações entre o Exército Zapatista de Libertação Nacional e a sociedade civil
Resumo Até a década de 1990, o México enfrentava graves problemas sociais, políticos e econômicos. As desigualdades socioeconômicas entre os diferentes setores sociais mexicanos tinham como consequência a marginalização de grande parcela da sociedade, sobretudo os grupos indígenas. As disparidades regionais também eram alarmantes, tendo em vista a problemática situação social e econômica do estado de Chiapas, localizado no sul do país, em contraste com os índices socioeconômicos de outros estados mais ricos, tais como Nuevo León e o Distrito Federal. O México também encontrava-se num complicado cenário político, uma vez que a hegemonia do Partido Revolucionário Institucional (PRI), no poder presidencial desde a década de 1930, impedia a construção de processos eleitorais verdadeiramente competitivos e o fortalecimento das instituições democráticas. Ademais, o país estava mergulhado numa grave crise econômica desde os anos 1970, o que contribuiu para a liberalização da economia mexicana que culminaria, em 1994, no Tratado de Livre Comércio da América do Norte firmado com o Canadá e com os Estados Unidos. Neste mesmo ano revelou-se na região da Selva Lacandona, em Chiapas, um dos estados mais pobres do México, o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Almejando defender as parcelas marginalizadas da população mexicana, sobretudo as comunidades indígenas, os insurgentes tomaram o poder de algumas cidades chiapanecas, formando os municípios autônomos zapatistas. Além disso, após dias de conflitos armados travados com o exército mexicano, o EZLN procurou atender aos apelos de cessar fogo na região, embora não completamente. Utilizando-se dos meios de comunicação, tais como a Internet e frequências de rádio, a organização buscou alcançar legitimidade em meio à sociedade civil, afastando-se em parte das experiências guerrilheiras de meados do século XX. Neste sentido, essa pesquisa teve o objetivo de analisar os discursos zapatistas e como estes tentaram moldar-se às demandas sociais, no México e no mundo, por democracia e justiça social. A pesquisa baseou-se, primeiramente, na análise dos pronunciamentos zapatistas no decorrer dos últimos vinte anos, disponíveis no site do movimento. Fundamentou-se também na investigação de ampla bibliografia existente sobre o assunto, oriunda de diversas áreas de conhecimento para além da História, como a Antropologia, as Ciências Sociais, Jornalismo e até mesmo a Filosofia. Concluímos que os diálogos com a sociedade civil, através dos meios de comunicação, foram fundamentais para a gradativa transformação do Exército Zapatista de Libertação Nacional através dos anos. Além disso, foi possível perceber que o EZLN tem dois caminhos a seguir: inserir-se na política institucional ou intensificar suas ações na “guerra midiática”, fora das instituições democráticas oficiais, abandonando as armas.
Palavras-chave EZLN, sociedade, mídias
Forma de apresentação..... Oral
Gerado em 0,67 segundos.