Resumo |
Introdução: A mastite bovina é uma das principais doenças que afetam o gado leiteiro e causa grandes prejuízos econômicos, uma vez que pode ocasionar perdas por morte do animal, queda na produção e qualidade do leite além dos custos do tratamento. Atualmente, a principal forma de tratamento da mastite nos rebanhos bovinos é o uso da antibioticoterapia, porém o uso incorreto e excessivo pode gerar um grave problema relacionado ao surgimento de resistência nas cepas bacterianas. A fagoterapia aparece como uma alternativa, sustentável, com pouco ou nenhum efeito colateral que cause prejuízos ao animal ou ao ambiente. Objetivos: Avaliar a atividade lítica de um coquetel de bacteriófagos previamente isolados no controle da mastite induzida por Escherichia. Coli em camundongos, avaliando assim a capacidade terapêutica desde tratamento em modelos animais.Metodologia: Bactérias E.Coli causadoras de mastite bovina previamente isoladas e caracterizadas por estudos anteriores foram tituladas por diluição seriada, plaqueada em placas de Petri contendo meio LB-ágar. As placas foram incubadas por 24 horas à 37°C para crescimento bacteriano e posterior contagem de colônias. Para a indução da mastite, camundongos em estágios de lactação de 5 a 15 dias foram anestesiados. O canal dos últimos dois tetos abdominais foi cortado utilizando material cirúrgico devidamente esterilizado, e as bactérias anteriormente contadas foram inoculadas neste canal com o auxilio de uma seringa. Dois tipos diferentes de coquetéis fágicos foram inoculados 24 horas após a inoculação das bactérias seguindo o mesmo procedimento. Para avaliação da atividade lítica dos fagos sobre as bactérias, os animais foram eutanasiados e a pele aberta ao longo na linha média para a retirada das glândulas mamárias infectadas que posteriormente foram maceradas, seguida de diluição seriada e uma alíquota de 10 µL de cada diluição foi plaqueada de forma a formar uma gota em placas de Petri contendo meio LB e incubadas a 37°C por 24 horas. A avaliação da atividade do fago foi observada a partir do número de colônias contadas. Resultados: A partir da contagem de colônias nos grupos controle, doença e tratamento, observamos que o crescimento bacteriano se reduziu em um mínimo de 90% quando comparamos os animais infectados com a doença e os animais infectados porém tratados, não ocorrendo crescimento de bactérias E.Coli no controle.Conclusão: A partir destes resultados podemos concluir que ocorreu atividade lítica dos coquetéis de fagos através da diminuição do crescimento bacteriano, sendo que a mudança de coquetel aumentou a eficácia evidenciando assim a efetividade de ambos e a alternância entre eles para inibir a resistência das bactérias a um coquetel específico. Isso demonstra, portanto, o potencial do uso da fogoterapia para o controle da mastite. |