Resumo |
A diversidade nas organizações pode ser entendida como uma força de trabalho composta por dois ou mais grupos de funcionários com diferentes origens étnicas, culturais, de gênero, sexuais, de nacionalidade, religiosas, raciais, de idade e deficiências. Nas organizações brasileiras, a Gestão da Diversidade foi fortemente influenciada pelas diretrizes de empresas multinacionais instaladas no país, que incorporaram em suas estratégias questões envolvendo a inclusão e diversidade, mais notadamente a partir da década de 90 (LACOMBE, 2011). Tal temática, no campo da Administração, sobretudo no da Gestão de Pessoas (GP) – que traz como princípio a humanização dos processos organizacionais –, ainda apresenta-se incipiente, indicando a necessidade latente de estudos que ampliem o olhar sobre a diversidade. Assim, este estudo teve por objetivo geral realizar um exame exploratório a respeito da temática da Gestão da Diversidade, a partir de múltiplas fontes. O método exploratório foi realizado em três etapas: exame bibliográfico, exame em “mídia leiga” e relato de experiência. Foram considerados no exame bibliográfico os manuais da área de GP e Administração de Recursos Humanos (ARH), bem como artigos de periódicos de Administração. No exame em “mídia leiga” foram considerados reportagens, vídeos, manuais e outros materiais disponíveis na Web. Em relação ao relato, foi feita uma entrevista semiestruturada com uma profissional da área de pessoal. Esta entrevista objetivou coletar informações de políticas de gestão da diversidade, bem como de sua relação com processos de GP (agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas). O exame bibliográfico mostrou que a temática ainda carece de sistematização de medidas a serem aplicadas no âmbito das organizações, caracterizando-se ainda como um “tópico emergente” na esfera teórica. No exame da "mídia leiga" foram identificadas poucas iniciativas de empresas brasileiras no assunto. Um dos casos com prática pioneira é o da Caixa Econômica Federal, que concede o direito a licença-adoção tanto de funcionários heteroafetivos como de homoafetivos. O relato de entrevista permitiu inferir que a gestora não teve nenhum contato com estratégias voltadas a grupos minoritários e diversificados. Isso evidencia que muitas organizações ainda não conhecem a importância da Gestão da Diversidade e, portanto, ainda estão longe de incorporá-la plenamente nos seus processos. Conclui-se que a mesma, embora ainda pouco discutida no âmbito da Gestão de Pessoas e ainda inexistente na prática de muitas organizações, deve ser incentivada cada vez mais. Isso porque, do lado da empresa, a promoção das distintas habilidades de grupos com características heterogêneas representa uma fonte de vantagem competitiva e, do lado do colaborador, unir diferentes tipos de “diversidades”, além de promover a maior inserção de grupos minoritários no ambiente de trabalho, também se apresenta como uma maneira de melhorar o desempenho global. |