Outros membros |
Adriano Honorato Freire, Danilo Manzini Macêdo, Gabriel Barbosa de Melo Neto, JOSE DE OLIVEIRA PINTO, Lorena Chaves Monteiro, Marina Martins Santos, Pollyanna Cordeiro Couto , Thayne de Oliveira Silva |
Resumo |
As afecções de tecidos moles em equinos são comuns, particularmente as tendinopatias, desmopatias e miopatias dos tendões flexores, músculo interósseo III, assim como da musculatura da região caudal dos membros pélvicos e coluna dorsal, respectivamente. As possíveis causas são treinamento excessivo ou prolongado, defeitos de conformação, casqueamento e ferrageamento inadequados, traumatismo, etc. O comprometimento do músculo infra-espinhoso e seu tendão é incomum. Traumatismo na articulação escápulo-umeral, processos degenerativos afetando o úmero podem acometer esse músculo e seu tendão, assim como outros músculos regionais. O objetivo desse relato foi informar sobre um pônei atendido no Hospital Veterinário (HOV) da Universidade Federal de Viçosa apresentando claudicação pelo comprometimento do músculo infra-espinhoso. Um mini-pônei macho, com 2,6 anos de idade e 62 kg chegou ao HOV com histórico de claudicação do membro torácico esquerdo (MTE) iniciada havia 15 dias. O proprietário administrou 0,5 mL (1,7 mg/kg) de fenilbutazona por oito dias, mas não obteve melhora. Durante exame físico do aparelho locomotor, foi constatada sensibilidade na região da articulação escápulo-umeral. No exame em dinâmico foi observada claudicação em grau 3/5 do MTE, com tempo de elevação do membro mais curto do que o esperado. Foram realizadas as provas funcionais poliflexão das articulações distais do MTE (exame estático e dinâmico) e retração e protração (exame estático). A poliflexão distal aumentou a claudicação (4/5 graus) e a retração e protração revelou desconforto. Bloqueio do nervo palmar (1 mL/lidocaína 2%) realizado com a finalidade de descartar uma afecção distal e da articulação escápulo-umeral (8 mL/lidocaína 2%) não resultaram em redução da claudicação. Exame radiográfico, na projeção mediolateral na altura da articulação escápulo-umeral revelou irregularidade na região caudal da escápula, que no exame ultrassonográfico se apresentou como área hipo e anecóica. Os exames de diagnóstico por imagem, cujas imagens foram também avaliadas por pesquisador estrangeiro revelaram grave alteração no músculo infra-espinhoso e no seu tendão. Foi recomendado como tratamento o uso tópico de dimetilsufoxido na região acometida duas vezes ao dia por 15 dias, repouso em baia com realização de cinco minutos de caminhada com o animal guiado pelo cabresto e exercícios de mobilização, consistindo de adução e retração do membro afetado por 10 segundos, sendo três sequências intercaladas por intervalos de cinco segundos, cuja finalidade foi o fortalecimento dos músculos infra-espinhoso e bíceps braquial. Depois de cinco dias de iniciado o tratamento já foi possível observar melhora do quadro. A claudicação causada por miopatia e tendinopatia do infra-espinhoso é rara, o que torna difícil o diagnóstico e a escolha de um tratamento adequado. Entretanto esse relato demonstra que é possível a realização de uma terapia de fácil execução e baixo custo. |