Resumo |
A tribo Meliponini comumente chamada de “abelhas indígenas sem ferrão” por possuírem o ferrão vestigial, apresenta uma distribuição pantropical. Mais de 400 espécies pertencentes a 60 gêneros são encontradas. Apresentam um comportamento eusocial e são grandes polinizadoras e produtoras de mel, apresentando importância ecológica e econômica. Dentre elas se encontra o gênero Melipona, que abrange as espécies-alvo deste estudo. Estudos citogenéticos descreveram o número cromossômico de 2n=18 para fêmeas e n=9 para machos na maioria das espécies desse gênero. Além disso, com base na quantidade e localização da heterocromatina o gênero Melipona foi dividido em dois grupos bem definidos. Com o surgimento de novas técnicas, a citogenética molecular vem complementar a citogenética clássica, contribuindo para o melhor entendimento do padrão evolutivo entre as espécies. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo, analisar com o auxílio das técnicas de FISH (hidridização in situ fluorescente), a localização cromossômica dos microssatélites GA(15), CGG(10) e do rDNA 18S nas espécies Melipona mondury e Melipona rufiventris. Os cromossomos metafásicos foram obtidos a partir dos gânglios cerebrais de pré-pupas (larvas no estágio de pós-defecação), conforme a metodologia convencional proposta na literatura. Foram analisados 10 indivíduos de cada espécie e cerca de 10 metáfases por lâmina foram analisadas para a confirmação do número diplóide e os padrões de marcação como resultados da técnica de FISH. As sondas de microssatélites foram obtidas comercialmente marcadas durante a fabricação. A sonda de rDNA 18S foi obtida por amplificação e marcação com dUTP-digoxigenina. A sonda GA(15) marcou todos os cromossomos nas extremidades coincidindo com regiões de eucromatina nas duas espécies. A sonda CGG(10) para M. mondury e M. rufiventris apresentou forte marcação nas regiões pericentroméricas do braço cromossômico em seis pares, e nos três pares restantes, uma das extremidades do cromossomo foi marcada fracamente. O sítio do rDNA 18S esteve localizado na extremidade de um par cromossômico, tanto em M. mondury quanto em M. rufiventris. Por muito tempo essas duas espécies foram classificadas com o mesmo nome devido à sua semelhança morfológica. Os resultados obtidos mostram que em relação à citogenética M. mondury e M. rufiventris também são muito similares, mostrando o mesmo número cromossômico, quantidade de heterocromatina e posição das sondas de DNA repetitivo. No entanto, algumas dessas características, diferem de outras espécies do gênero e de outros Meliponini mostrando que a citogenética pode ser uma ferramenta útil para entender melhor a relação entre as espécies de abelhas sem ferrão. |