Resumo |
O município de viçosa está inserido na mesorregião da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, a qual tinha por característica um contínuo de mata do médio Paraíba ao sul, do Vale do Rio Doce ao norte e a oeste com os campos naturais do centro e do sul de Minas, sendo a formação florestal predominante de Floresta Estacional Semidecidual, mas que no atual momento encontra-se fragmentada pela presença de áreas cultivadas e pastos. O bioma mata Atlântica é considerado um hotspot por sua grande biodiversidade e alta taxa de endemismo com uma composição faunística de mamíferos de aproximadamente 260 espécies, sendo 24 destas primatas. Segundo o primeiro estudo de descrição da distribuição de primatas de Viçosa de 1994-1995, sete espécies ocorrem na região: Sapajus nigritus, Callicebus nigrifrons, Callithrix aurita, Callithrix geoffroyi, C. penicillata, C. jacchus e Alouatta guariba clamitans, além de espécies híbridas. Esta última espécie, conhecida como Bugio-ruivo, assim como outras do mesmo gênero possui uma dieta vegetal, podendo sobreviver a base de folhas e frutos, o que os permite, por vezes, permanecer em pequenos fragmentos florestais, porém sua população está num declínio acentuado devido a ação antrópica. Pesquisas anteriores nos anos de 1994,1995 e 2012 demonstraram sua presença em área rural do munícipio, nas localidades de Arruda (ou Estiva). Contudo, em novembro de 2015 um único indivíduo foi registrado por visualização e fotografia na Mata da Biologia, campus da Universidade Federal de Viçosa, por volta das 12h30, coordenadas 20°45'16.5"S 42°51'59.4"W, caminhando próximo a via que leva ao Morro das Bandeiras e que ao notar a presença de pessoas, embrenhou-se na mata calmamente em direção ao Morro das Antenas. Curiosamente, esse mesmo local, o qual antigamente dava acesso ao sítio da Economia Rural no período Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV) e Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (UREMG) da atual UFV era conhecido como Morro dos Barbados em alusão ao primata. Não se sabe ao certo sua procedência, nem a razão de um indivíduo isolado estar presente na região do campus, já que não há, hoje, corredores de mata contínuos interligando o fragmento no qual os mesmos já tinham sido identificados com a Mata da Biologia, porém seu registro de ocorrência será importante para conhecimento geral e futuros trabalhos envolvendo a distribuição de primatas em Viçosa. |