ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Literatura comparada |
Setor | Departamento de Letras |
Conclusão de bolsa | Não |
Primeiro autor | Viviane de Oliveira Souza |
Orientador | CARLOS FERRER PLAZA |
Título | O poder da(s) palavra(s): estabelecendo vínculos entre Corazón tan Blanco e Mañana en la Batalla Piensa en mí |
Resumo | Javier Marías (1951), um dos escritores espanhóis contemporâneos mais conhecidos e um dos intelectuais mais destacados e brilhantes tanto dentro como fora de seu país, é o autor das novelas Corazón tan Blanco e Mañana en la Batalla Piensa en mí. Levando em consideração a sua importância para o pensamento artístico e literário contemporâneo, o presente trabalho objetiva apresentar os resultados parciais de uma investigação científica, iniciada em março, que teve por base a análise de alguns elementos estéticos que permitem estabelecer vínculos entre ambas novelas. No que toca à metodologia, a mesma teve por base, em um primeiro momento, a leitura das referidas novelas às quais se somou duas dezenas de textos críticos e teóricos que permitiu não só entender o contexto histórico-literário espanhol no qual se insere a produção de Marías, como também a influência do escritor espanhol Juan Benet na sua concepção de literatura e escrita. Logo, dedicamos algumas semanas à análise de elementos que nos permitisse estabelecer vínculos (a nível comparativo) entre as duas novelas. Nessa perspectiva, o primeiro ponto que faz-se necessário destacar é a existência de um “yo narrador” que se constitui (também) como argumento nas obras. Em seus pensamentos (ou em seu consciente) ocorrem todos os conflitos e se revelam todos os temas que nos são propostos através de uma voz reflexiva que é, em suma, totalizante. O narrador conta os feitos através de digressões, e, por meio delas, vai tecendo reflexões sobre o tempo, os sentimentos, a família, o conflito, a interrupção, o descaso ou o abandono que marcam as relações humanas, a potencialidade das palavras, etc., e ao leitor só lhe cabe viver no mundo imaginário deste narrador, em suas descrições minuciosas e em seus medos e loucura. Outro elemento que vincula e rege o tom das novelas é o tempo, o grande resignificador de tudo, que aparece amplificado para que situações paralelas, feitos análogos, relatos ou palavras coexistam e se entrelacem nas digressões a partir das quais o narrador vai levantando os temas e construindo intensas reflexões interiores que rompem qualquer possibilidade de um contrato de leitura realista. Se destacam como forças motrizes das novelas a mentira, o silencio, o segredo, o oculto, o fingimento, o engano e, principalmente, a importância da morte. Se em Corazón tan Blanco admitimos como palavra-chave “no decir la palabra” e a presença do segredo como um dos temas centrais, em Mañana en la batalla piensa en mí poderíamos pensar no engano e no tema da “muerte sorpresiva” como os grandes motores narrativos. Como já referido anteriormente, esses são apenas alguns resultados de uma investigação científica que começa a dar os seus primeiros passos. Por tudo o que aqui foi dito, reafirmamos a genialidade de Javier Marías na construção de duas obras magnas que revelam que o poder da(s) palavras(s) reside na forma como é lapidada a linguagem. Afinal, tudo existe na linguagem: os vínculos e a vida. |
Palavras-chave | Literatura espanhola contemporânea, Literatura comparada, Poder da(s) palavra(s) |
Forma de apresentação..... | Painel |