Resumo |
O setor florestal brasileiro tem se desenvolvido e evoluído muito nos últimos anos, principalmente devido à crescente demanda de seus produtos. O sistema produtivo da madeira passa por várias etapas até chegar ao produto final, sendo que a colheita florestal merece destaque neste cenário devido ao seu grande impacto nos custos de produção, que podem responder por mais da metade do custo total. A colheita florestal pode ser definida como o conjunto de operações realizadas para se preparar e levar a madeira até o local de transporte, sendo constituída pelas etapas de corte, extração e carregamento (Machado, 2008). A operação de corte inclui atividades como o abate, desgalhamento e toragem da madeira, sendo que as máquinas utilizadas nesta etapa podem variar de acordo com o sistema de colheita. No Brasil o sistema mais utilizado é o sistema de toras curtas (cut-to-length), principalmente pelas empresas produtoras de celulose. Neste sistema as toras têm no máximo 6 metros de comprimento, sendo o harvester o equipamento responsável pelo abate e processamento das árvores, e o forwarder responsável pela extração da madeira até as margens da estrada ou pátio temporário. Por ser um processo oneroso em um projeto florestal, é importante que se mantenha um rigoroso controle sobre as etapas de colheita florestal, em especial sobre a operação de corte. Baseado nestas informações, o objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho operacional de um equipamento harvester na etapa de corte florestal. As observações de campo e coleta de dados foram realizadas durante as operações de colheita florestal em plantios comerciais de eucalipto no estado da Bahia. O equipamento utilizado no estudo foi uma escavadeira Volvo EC220DL adaptada com um cabeçote Ponsse H77Euca. O desempenho operacional do equipamento foi determinado por meio da análise das horas de trabalho (horas programadas, efetivas e paradas). Para isso realizou-se a medição dos tempos de parada operacional e mecânica das máquinas. Foram consideradas paradas operacionais interrupções relacionadas ao fator humano, como troca de turno, exercício físico e outros. Como paradas mecânicas foram consideradas as interrupções devido à indisponibilidade mecânica do equipamento, como manutenções preventiva e corretiva, abastecimento e lubrificação. Observou-se que a maior parte das paradas operacionais ocorreu devido à realização de exercícios físicos (25%), troca de material de corte (17%) e transporte da máquina (13%). Em relação às paradas mecânicas observou-se que se grande parte do tempo foi gasto aguardando-se a equipe de manutenção (44%), seguido de ações de melhoria realizadas no equipamento (18%) e manutenção corretiva (16%). Pode-se concluir com este estudo a importância da eficiência das equipes de manutenção no campo, com o objetivo de deixar o equipamento o máximo de tempo possível disponível à realização do trabalho, e, por consequência, atender a demanda de madeira da fábrica. |