Resumo |
A exposição dos solos para práticas agrícolas, exploração agropecuária, mineração ou ocupações urbanas, em geral são acompanhadas de movimentação de terra e impermeabilização do solo. Estes usos abrem caminho para os processos erosivos e para o transporte de materiais orgânicos e inorgânicos, que são drenados até o depósito final nos leitos dos cursos d’água e dos lagos/lagoas. Segundo Plevin et al. (2010) a degradação de solos constitui um prejuízo socioeconômico e ambiental com graves riscos para as gerações futuras, uma vez que, envolve perda da biodiversidade e empobrecimento dos solos, os quais adquirem graus de vulnerabilidade relacionados às erosões, instabilidades hidrológicas, perda de matéria orgânica e mineral. Com isso, a abordagem sobre procedimentos de recuperação e conservação edáfica é de suma importância, pois vários são os desafios que devem ser enfrentados visando o equilíbrio ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. Nesse contexto se torna imprescindível analisar as técnicas de mitigação de impactos ambientais utilizadas após a ruptura da barragem em Miraí (MG), em 2007. Considerado o segundo maior desastre ambiental de ruptura de barragem no Brasil, afetou a vida em vários ecossistemas, somente superados pelo recente episódio ocorrido em Mariana (MG) em novembro de 2015, a análise de cenário é essencial para a elaboração e monitoramento de um plano eficaz de restauração da bacia hidrográfica do Rio Doce. Foram priorizadas ações de reconstituição do meio físico e biológico dos ecossistemas afetados, em cumprimento às exigências legais e ao devido respeito ao meio ambiente e a população das regiões afetadas. O presente trabalho buscou analisar as ações e medidas destinadas à recuperação ambiental da área diretamente afetada pela ruptura da barragem São Francisco, localizada na cidade de Miraí, MG e destinada à contenção dos rejeitos advindos do processo de beneficiamento da bauxita. Tudo isso com intuito de fornecer subsídios técnicos, aliados à busca de soluções para o maior acidente ambiental da história recente do Brasil, a contaminação do Rio Doce por meio de ruptura de barragem de rejeito. Especificamente, foram analisados os seguintes procedimentos: recuperação das calhas fluviais e dos diques temporários; estabilização dos taludes; recuperação das áreas marginais de proteção e o monitoramento hidrológico da região. Contudo o presente trabalho ressalta que o rompimento de barragens de rejeitos na atividade de mineração pode trazer graves danos ao meio ambiente e à biodiversidade da região afetada. Dentre eles, pode-se citar o bloqueio de calhas fluviais, o assoreamento de terrenos baixos, várzeas e lagoas, as instabilidades edáficas que formam superfícies de possíveis deslizes, a presença de ravinas, a erosão e voçorocas, além da contaminação das águas de rios, lagoas e mares tornando-as impróprias para o consumo. |