Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6426

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Literatura comparada
Setor Departamento de Letras
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Bianca Silva Médice de Oliveira
Orientador ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS
Título O Espelho e a História
Resumo O presente trabalho busca compreender a relação existente entre Literatura e História na coletânea de contos Papéis Avulsos (1882), do escritor Joaquim Maria Machado de Assis, tomando como base o conto O Espelho. Para a realização da pesquisa levaremos em conta a grande ligação de Machado de Assis com a História e seu interesse em desvendar o processo histórico. Para este trabalho utilizaremos os estudos de Schwarz (1992) que retratam o processo de observação de Machado em relação à sociedade brasileira do século XIX e das relações sociais presentes na época; os de Chalhoub (2003) que apontam para a utilização por parte de Machado de uma narrativa sinuosa e necessária para a representação dos aspectos cruciais da história; os de Gledson (2003) que apontam para a visão precisa do escritor em relação aos aspectos miúdos presentes na sociedade e sua busca pelas questões que escapam aos olhos da maioria, em um contexto em que o Brasil sofria grande influência da Europa e buscava seu próprio caminho artístico, surgindo o sujeito que se move, evidenciando a relação entre indivíduo e a sociedade que o cerca. Em seguida, entraremos no campo da representação do real, através dos estudos de Pesavento (2012), com o intuito de compreender como Machado, no conto O Espelho (1882), apresenta uma das características presentes na modernidade: a necessidade de aliar a individualidade aos preceitos sociais, mostrando a importância de uma indumentária como elemento transformador do indivíduo aos olhos alheios e ao próprio olhar em países subdesenvolvidos. Machado aparece como um persistente intérprete do discurso político dos dominados e dos membros das classes dominantes, apresentando as minorias, como atuantes verdadeiras no processo histórico e político de desenvolvimento social do Brasil no século XIX, tendo sua obra considerada um patrimônio nacional. Utilizaremos, também, Magalhães (2002), buscando evidenciar a forma com que Machado aparece como um escritor que consegue de forma magistral transgredir o seu tempo, enquanto romancista, contista, politizado e atuante, se interessando pelas questões sociais e se posicionando em relação às mudanças históricas, evidenciando as mazelas presentes na realidade brasileira. Mostra-se um escritor que pensa a relação entre literatura e sociedade, levando em conta aspectos culturais, sendo assim, um dos maiores analistas de sua própria cultura. Mostrou, muitas vezes, a literatura como um modo particular de representação do mundo, como acontece, por exemplo, em contos presentes no Livro Papéis Avulsos (1882), como O Espelho.
Palavras-chave Literatura, História, Machado de Assis
Forma de apresentação..... Painel
Gerado em 0,62 segundos.