Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6416

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Biologia, produção e manejo animal
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Franciane Rosa Miranda
Orientador GUSTAVO FERREIRA MARTINS
Outros membros Hudson Vaner Ventura Tomé, Kenner Morais Fernandes
Título O uso da borra de café e da cafeína como larvicida contra mosquito vetor Aedes aegypti
Resumo O mosquito Aedes aegypti é de grande interesse médico-veterinário pela sua capacidade de transmissão de arboviroses a humanos, causando grande morbidade e mortalidade. O controle das populações do vetor baseia-se principalmente no uso de inseticidas, incluindo larvicidas. O intestino médio de A. aegypti é o local onde ocorre a digestão sanguínea e a porta de entrada dos arbovírus, incluindo Dengue e Zika, tornando-se alvo de importantes estudos. No presente trabalho, analisamos os efeitos da cafeína, borra de café comum e descafeinada sobre as larvas de 3º instar de A. aegypti. Foram avaliados a sobrevivência, o comportamento e a morfologia do intestino médio. Foram utilizadas quatro diferentes concentrações de borra de café comum e descafeinado (50 mg/mL, 100 mg/mL, 150 mg/mL e 200 mg/mL) e quatro concentrações de cafeína pura (0,2 mg/mL, 0,5 mg/mL, 1,0 mg/mL e 2,0 mg/mL). A sobrevivência foi monitorada durante todo o desenvolvimento do mosquito, até a morte dos indivíduos adultos. Para a análise comportamental, avaliamos a motilidade larval através de um sistema de análise de vídeos (ViewPoint LifeSciences, Montreal, QC, Canadá), onde a atividade foi registrada durante 15 minutos nos intervalos de 1-2h, 3-4h, 5-6h e em 24h após as exposições. Larvas foram dissecadas e os seus intestinos médios foram fixados em solução Zamboni, lavados em PBST 1%, incubados por 24h a 4°C com anticorpo primário (anti-FMRFamida e anti-fosfohistona H3). Posteriormente as amostras foram lavadas com PBS, incubadas com anticorpo secundário (FITC) por 24h a 4°, corados com TO-PRO-3 por 30 min e montados em solução de Mowiol. As amostras (incluindo controle negativo, sem tratamento com anticorpo secundário) foram analisadas e fotografadas no microscópio confocal Zeiss LSM 510. PAs análises estatísticas foram feitas através do teste de análises de variância (ANOVA), significância de 5%. As larvas expostas à solução de borra de café comum, morreram em média nos primeiros 15 dias de exposição para as três maiores concentrações, sendo que para os tratamentos com a borra descafeinada isso se repete para as duas maiores concentrações, enquanto que apenas na maior concentração de cafeína há 100% de morte no mesmo tempo. Porém, nas outras concentrações de cafeína, uma quantidade insignificante de indivíduos adultos emergiram. A motilidade das larvas reduziu em ambos os tratamentos já nas primeiras horas de exposição, sendo mais acentuado no tratamento com cafeína. Nos indivíduos tratados ocorreram alterações na organização do epitélio, diminuição no número de mitoses e de células enteroendócrinas FMRFamidas em comparação com os controles. Em conclusão, tanto as borras de café como a cafeína, possuem efeitos larvicidas sobre A. aegypti, tornando assim uma importante alternativa no controle do mosquito, principalmente em áreas onde as condições de acesso aos recursos de combate são escassas, como em muitos lugares em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Palavras-chave Morfologia, Aedes Aegypti, Larvicida
Forma de apresentação..... Oral, Painel
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