Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6398

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Microbiologia
Setor Departamento de Microbiologia
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Cleonice Aparecida Salgado
Orientador MARIA CRISTINA DANTAS VANETTI
Outros membros Felipe Alves de Almeida, François Baglinière
Título Detecção de lipase termorresistente secretada por Serratia liquefaciens L135 isolada do leite cru
Resumo O leite é composto por água, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais, sendo assim, altamente nutritivo. As gorduras do leite são secretadas em uma única estrutura denominada glóbulo de gordura, que é constituído por 96% de triacilglicerídeos no seu núcleo e por uma membrana fosfolipídica. Por ser rico em nutrientes, possuir pH neutro e alto teor de umidade, o leite é propício ao crescimento de uma gama de micro-organismos, entre eles, os produtores de enzimas lipolíticas, tais como lipases e esterases. A ação destas enzimas resulta na formação de sabores desagradáveis em leite e produtos lácteos em razão da hidrólise dos triacilglicerídeos do leite. Sabores como ranço, butírico, amargo, imundo, sabão e adstringente são atribuídos à lipólise e estes produtos se tornam inaceitáveis pelo consumidor. O objetivo deste trabalho foi avaliar a termorresistência da lipase de, aproximadamente, 60 kDa secretada por Serratia liquefaciens L135, uma bactéria psicrotrófica isolada do leite cru. O sobrenadante da cepa L135 apresentou atividade lipolítica sobre o substrato p-nitrofenilpalmitato (p-NPP). Após tratamento de 95 °C durante 8 min, foi possível detectar, por zimografia, uma banda de hidrólise do substrato metilumbeliferil-butirato correspondente a atividade da lipase de, aproximadamente, 60 kDa. A lipase mostrou termo estabilidade sendo que, após tratamentos a 80, 90 e 100 °C por 10 min foi mantida 42, 35 e 29% de atividade residual, respectivamente. Após 3 min de tratamento térmico a 72 °C menor atividade enzimática residual (42%) foi verificada quando comparada com 61% da atividade residual do tratamento a 90 °C, pelo mesmo período de tempo. Isto ocorreu provavelmente, porque a inativação de diversas enzimas bacterianas desvia da cinética de primeira ordem em baixas temperaturas de tratamento térmico. Quando submetida ao tratamento térmico similar ao da pasteurização lenta de 65 °C por 30 min, a atividade residual foi de 19%. No tratamento de pasteurização rápida, a 72 °C por 15 s, 79% da atividade residual foi mantida, o que demonstra que tratamentos térmicos de pasteurização não são suficientes para inativar essa lipase. Este trabalho confirma o potencial deteriorador de S. liquefaciens por ação de enzima lipolítica e demonstra que esta enzima pode trazer prejuízos ao leite tratado termicamente e a seus derivados.
Palavras-chave Deterioração do leite, lipase, termorresistência
Forma de apresentação..... Oral, Painel
Gerado em 0,60 segundos.