Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6389

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Educação e formação universitária
Setor Departamento de Ciências Sociais
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Erick Fontenele Goncalves
Orientador GUILLERMO VEGA SANABRIA
Título Dinâmicas institucionais, trajetórias intelectuais e configurações disciplinares: o ensino de ciências sociais na Universidade Federal de Viçosa
Resumo A pesquisa indaga sobre as experiências de ensino em Ciências Sociais na Universidade Federal de Viçosa (as passadas e as presentes) e reflete sobre a inserção das Ciências Sociais na instituição. O objetivo é reconstruir a memória institucional e analisar as condições do ensino de Ciências Sociais na UFV em uma perspectiva antropológica. O trabalho se baseia em entrevistas com professores e em análise de documentos e registros da história institucional (atas, regimentos, programas de cursos, depoimentos, textos acadêmicos). As narrativas permitem compreender a trajetória institucional, ao tempo que os documentos servem como testemunhos dos acontecimentos registrados. Apesar de a história da UFV ser marcada pela ênfase nas Ciências Agrárias, evidencia-se um certo pioneirismo da instituição também nas Ciências Sociais ao criar a primeira disciplina de Sociologia Rural do Brasil na década de 1930. A presença de professores com formação em Ciências Sociais remonta-se à criação da graduação em Economia Doméstica (criado em 1954 como Curso Superior de Ciências Domésticas) e do mestrado em Extensão Rural (criado em 1968). A UFV também criaria um mestrado de Sociologia Rural, no período 1970 e 1980. O que todas estas iniciativas tinham em comum era o fato de as Ciências Sociais serem vistas como saberes auxiliares, tendo o papel de ajudar na transferência de tecnologias e conhecimentos considerados “mais avançados” para as comunidades rurais locais supostamente mais “atrasadas”. Com a criação de novos cursos na área das Ciências Humanas, na década de 1970, a UFV iniciou sua expansão para além das Ciências Agrárias. Isto possibilitou certa diversidade de pensamento e a formação de um novo grupo de cientistas dentro da instituição. Esse novo grupo se instalou principalmente no Departamento de Economia e lecionava disciplinas “de massa” da área de Ciências Sociais para diversos cursos. As Ciências Sociais ganharam plena autonomia institucional com a criação do departamento de Ciências Sociais em 2007 e, através do Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), com a criação do curso de Ciências Sociais. Com isto, para além, da oferta de disciplinas para outros cursos, os professores encontram, a princípio, um ambiente mais propício para atuarem de forma ativa na produção do conhecimento científico através da pesquisa, por exemplo. Um desafio colocado pela criação do Departamento de Ciências Sociais, tem a ver com a necessidade de ter um número suficiente de professores e pesquisadores para suprir a formação de recursos humanos específicos da área e da diversidade temática que é característica das Ciências Sociais. Atualmente as Ciências Sociais na UFV também continuam a enfrentar o desafio de legitimar suas abordagens e práticas, em um ambiente institucional que privilegia outras racionalidades.
Palavras-chave Dinâmica institucional, Ciências Sociais, ensino
Forma de apresentação..... Oral, Painel
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