Resumo |
O West Nile Virus - WNV é um flavivirus que tem uma ampla distribuição em toda a África, Oriente Médio, sul da Europa, Rússia ocidental, sul da Ásia ocidental, e Austrália, devido a sua capacidade de infectar várias espécies de mosquitos e aves. É um patógeno emergente que tem expandindo sua distribuição geográfica, espalhando-se rapidamente nos últimos anos em toda a América do Norte. Recentemente foi identificado um caso de doença neuroinvasiva no estado do Piauí – Brasil. Tem sido a causa de um número crescente de infecções humanas com doença grave associada e mortes. O tratamento da infecção pelo WNV continua sendo estudado, ainda é necessário a detecção de um antiviral eficiente. As abordagens terapêuticas se baseiam em minimizar os sintomas. Para o desenvolvimento de antiflavivirais, 36 anos de estudo têm indicado que a protease viral dos flavivirus torna-se alvo promissor para drogas antiflavivirais. Os genomas dos flavivirus são traduzidos em uma única poliproteina que precisa ser clivada por proteases virais e do hospedeiro. Por processar a maioria das clivagens poliproteicas, é necessária e essencial para a replicação do vírus. Nesse trabalho foi realizado uma triagem antiviral de substâncias derivadas da classe dos eugenóis contra a protease do vírus WNV. O eugenol é um composto fenólico volátil, o principal constituinte do óleo extraído do cravo-da-índia e que já tem atividade antiviral relatada. Para as análises foi utilizado ensaio enzimático com a NS2B-NS3 protease do vírus WNV purificada e ativada fornecida pela R&D Systems e substrato fluorescente pERTKRAMC (R & D Systems). Para triar a ação antiviral dos 27 derivados de eugenóis utilizamos ensaio enzimático com a enzima protease de WNV e concentração única dos compostos (16 uM). A maioria dos compostos apresentaram uma pequena atividade antiviral, mas um deles inibiu a atividade enzimática em 100%. Esse composto é caracterizado por apresentar como radical ao eugenol, um anel triazólico e uma molécula de bromo ligada na porção orto de um anel aromático. A inibição enzimática foi avaliada na presença de variadas concentrações do composto identificado e foi obtido o valor do IC50 (concentração que inibe 50% da atividade enzimática) de 6,86 uM. Ensaios de citotoxicidade em células VERO indicaram que o composto apresenta baixa toxicidade, com valores de CC50 (concentração que mata 50% das células) de 107,7 uM. Outros trabalhos de atividade antiviral indicaram a participação do eugenol e também de anel triazólico fundamentais na inibição viral. Ensaios de docking determinarão o papel destas porções na inibição da protease. |