Resumo |
Introdução: A resistência insulina (RI) em equinos é descrita como causa de alterações importantes como a laminite. Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar a glicemia, insulinemia, proteínas glicosiladas e lipoproteínas em equinos sadios, não obesos e submetidos aos testes de RI. Metodologia: Foram utilizados sete equinos, adultos, sem raça definida, submetidos ao teste oral de glicose (TOG) e ao teste intravenoso combinado de glicose e insulina (TICGI), após jejum prévio de 12 horas. Os animais apresentavam-se clinicamente hígidos e sem alterações no hemograma e exames bioquímicos de função hepática e renal, realizados previamente. No TOG foi administrado xarope de milho (KARO®) na dose de 15mL/100kg, e coletadas amostras de sangue em três tempos: T0 (basal); T60 (60 minutos após); T90 (90 minutos após). No TICGI foi realizada uma sobrecarga de glicose por via intravenosa (150mg/kg de glicose 50%), seguida da administração de insulina pela mesma via (0,10U/kg). As amostras de sangue foram coletadas em seis tempos: T0 (basal); T5 (5 minutos após); T15 (15 minutos após); T30 (30 minutos após); T45 (45 minutos após) e T60 (60 minutos após); Em todos os tempos de ambos os testes, foram avaliados os níveis séricos ou plasmáticos de insulina, glicose, lactato, frutosamina, colesterol, HDL, LDL, VLDL, triglicerídeos, proteína total, albumina e globulina. Foi utilizado para análise estatística o teste de Sidak, calculando a análise de variância (ANOVA); quando os dados não apresentaram uma distribuição normal foi empregado o teste de Kruskal-Wallis, buscando relacionar a variação dos parâmetros laboratoriais com os tempos de coleta em cada teste. Resultados: Foram verificados resultados estatisticamente significativos entre os tempos estabelecidos para insulina e frutosamina. Os demais parâmetros realizados não apresentaram variação estatística significativa em ambos os testes. No TICGI a insulina apresentou variação estatística a partir do T5, retornando apenas no T60, quando seu valor foi igual estatisticamente ao T0, sem que sejam observadas quaisquer outras alterações clínicas ou laboratoriais. Neste mesmo teste a frutosamina apresentou elevação significativa a partir do T15, retornando para os níveis basais no T60, quando estatisticamente seu valor foi igual ao T0. No TOG, os valores de insulina e frutosamina séricas aumentaram estatisticamente no T60, quando comparado ao T0, porém não foi observado retorno ao valor basal no final do teste (T90). Conclusões: No TICGI os resultados sugerem que em animais hígidos, a homeostase glicêmica foi eficiente, favorecendo a ligação da glicose em excesso à albumina, contribuindo assim para o aumento da frutosamina em parte dos tempos de coleta. Já no TOG, é possível que devido a administração por via oral e consequentemente maior tempo para absorção da glicose, sejam necessários mais tempos de coleta, para observar a redução dos níveis séricos e o restabelecimento dos valores basais. |