Outros membros |
Adriano Honorato Freire, Danilo Manzini Macêdo, Fernanda Timbó D'El Rey Dantas, Gabriel Barbosa de Melo Neto, Jéssica Aparecida Guimarães, LEANDRO ABREU DA FONSECA, Lorena Chaves Monteiro, Marina Martins Santos |
Resumo |
A raiva é uma antropozoonose de caráter infeccioso e cosmopolita caracterizada por uma encefalomielite aguda grave, decorrente da replicação viral que ocorre nos neurônios. O agente etiológico é um vírus do gênero Lyssavirus. O vírus é transmitido, principalmente por contato direto. A apresentação clínica da doença é variável, o animal infectado pode apresentar desde claudicação à morte súbita. Devido à inespecificidade dos sinais clínicos apresentados pelos animais acometidos a confirmação laboratorial é indispensável. Atualmente o teste diagnóstico recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o da imunofluorescência direta (IFD). O teste pode ser realizado diretamente numa impressão tecidual feita em lâmina de microscopia, ou ainda para confirmar a presença de antígeno do vírus em cultura celular. A inoculação intracerebral em camundongos com tecido de amostras suspeitas é utilizado concomitantemente ao IFD. Apesar do método de diagnóstico proposto ser de fácil realização e o resultado sair em poucas horas, o Médico Veterinário de campo enfrenta grandes dificuldades na coleta e envio de amostras suspeitas, além disso, o procedimento de coleta oferece grande risco ao profissional e deve ser realizado após a morte do animal. Diante das dificuldades expostas, propõe-se com esse estudo, desenvolver um método prático de coleta e envio de amostras suspeitas para diagnóstico de raiva, oferecendo um menor risco ao profissional e permitindo que a coleta seja realizada em animais vivos. Em 2015, foram atendidos no Hospital Veterinário de Grandes Animais da UFV, sete animais com suspeita de raiva, estes animais foram submetidos à coleta de amostras para diagnóstico, in vivo, através da citologia ocular (imprint de córnea). A lâmina de miscroscopia foi posta em contato direto com a córnea do animal e em seguida corada com panótico rápido e a leitura da lâmina realizada a fim de observar a presença de inclusão viral. Após o óbito, amostras do SNC foram coletadas, refrigeradas e/ou congeladas e enviadas ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para realização do teste diagnóstico de raiva conforme recomendado pela OMS. Das sete amostras colhidas, seis eram bovinos e um equino. Dos bovinos, quatro apresentaram resultado positivo no imprint de córnea e também no teste de IFD com amostras do SNC. O equino e os demais bovinos foram negativos tanto no Imprint, quanto no teste de IFD do SNC. Na coloração realizada com o panótico rápido é possível observar a inclusão viral, sugerindo ser causada pela infecção do vírus rábico, no entanto, para confirmação do diagnóstico é necessário que seja feito o teste de IFD que pode ser realizado na lâmina com o imprint. A coleta de material para diagnóstico da raiva através do imprint de córnea é um método prático e oferece menos risco ao profissional responsável pela realização do procedimento. |