Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6249

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Alimentos, nutrição e saúde humana
Setor Departamento de Tecnologia de Alimentos
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Letícia Cupertino Correia
Orientador REGINA CELIA SANTOS MENDONCA
Outros membros Laís Silva Batalha, Marco Tulio Pardini Gontijo, Maryoris Elisa Soto Lopez, Rodrigo Rezende Cardoso
Título Descontaminação de águas usando bacteriófagos
Resumo De acordo com a Organização Mundial da Saúde, das mortes provocadas por diarreia no mundo, 88% são devido ao saneamento inadequado. Além disso, segundo a UNICEF, estima-se que 1,5 milhão de crianças, entre 0 a 5 anos, morram anualmente vítimas de doenças diarreicas. Salmonella e E. coli são bactérias encontradas em escala mundial, cuja transmissão está fortemente associada a meios hídricos contaminados. Os bacteriófagos são vírus que dependem do metabolismo de procariotas para sua replicação e apresentam potencial na prevenção e tratamento de doenças causadas por bactérias, pois são capazes de infectar e destruir esses micro-organismos. Os bacteriófagos abundam no planeta e seres humanos estão em constante exposição a estes, fato que viabiliza sua aplicação. Além disso, a fagoterapia contorna o surgimento de micro-organismos resistentes a antibióticos, pois fagos são capazes de superar a resistência obtida pelas bactérias. O objetivo desta pesquisa foi aumentar a qualidade e segurança hídrica em comunidades carentes sem abastecimento com água tratada, através do isolamento de bacteriófagos da água de afluentes e sua posterior utilização no biocontrole de Salmonella Enteritidis e Escherichia coli O157:H7 em águas naturais. Os bacteriófagos foram isolados das águas do Rio São Bartolomeu, purificados e propagados. Para avaliar o efeito do biocontrole com bacteriófagos, 100 µL da bactéria na concentração de 108 UFC•mL-1, e 1 mL do fago foram adicionados em 1 litro de água e incubados a 37 ºC por 24 horas sem e com agitação (100 rpm) coletando amostras de 25 mL nos tempos (0, 1, 2, 4, 6, 8, 10 e 24 horas). Para avaliar a eficiência dos bacteriófagos foi realizada a contagem bacteriana em ágar Rambach tanto para E. coli O157:H7 quanto para S. Enteritidis. De acordo com os resultados, observou-se que a adição de bacteriófagos possui efeito na redução do número das duas bactérias presentes na água contaminada de forma artificial. Para a Salmonella Enteritidis, entre duas e seis horas, houve uma maior redução do número de colônias identificadas nas diluições plaqueadas, tanto para o sistema em repouso, quanto para o sistema sob agitação. A diferença observada entre os sistemas pode ter sido causada pela falta de homogeneização do meio e sedimentação das bactérias, quando a água foi mantida em repouso e também pela perturbação provocada pela agitação, que pode ter dificultado a ação dos fagos. Em relação a E. coli O157:H7, a maior redução na contagem dos micro-organismos foi observada entre as horas um e dois, para as duas condições submetidas. Entretanto, a redução para foi pequena quando comparada a S. Enteritidis. Assim, concluímos que a adição de bacteriófagos apresenta potencial de utilização no biocontrole das bactérias estudadas em águas naturais, considerando os bacteriófagos como ferramenta que poderia auxiliar na melhoria da qualidade microbiológica das águas que chegam até as comunidades carentes.
Palavras-chave bacteriófagos, biocontrole, água
Forma de apresentação..... Oral, Painel
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