Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6244

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Economia e desenvolvimento
Setor Departamento de Ciências Sociais
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Lauro Marques Vicari
Orientador JEFERSON BOECHAT SOARES
Título O debate entre Simonsen e Gudin: uma interpretação político-institucional
Resumo Nas últimas décadas, o Estado brasileiro vem se mostrando incapaz de conduzir um projeto de desenvolvimento econômico sólido e sustentável. Este fato pode ser considerado um reflexo do imediatismo político brasileiro na qual cada grupo ou indivíduo busca satisfazer somente os seus próprios objetivos. Nesta perspectiva, os esforços para resolver os entraves ao desenvolvimento passam constantemente pelo debate entre fórmulas antagônicas: Estado versus mercado. Este, no entanto, mostra-se ineficaz na medida em que ignora elementos próprios do chamado desenvolvimento político tais como a institucionalização política e a legitimidade do Estado. Por desenvolvimento político pode-se entender o processo de construção de um sistema político cívico com regras amplamente aceitas e interesses compartilhados, no qual a institucionalização política exerce papel fundamental. A inclusão desta variável representa a garantia da perseguição de interesses coletivos e a possibilidade de execução efetiva de uma política de desenvolvimento econômico. O objetivo deste trabalho é analisar sob a luz do desenvolvimento político, a problemática do desenvolvimento econômico brasileiro no período do Estado Novo e sua projeção nas décadas seguintes. Para isso foi realizada uma leitura do debate entre Roberto Simonsen e Eugênio Gudin ocorrido na década de 1940 a respeito dos rumos da economia brasileira. Tem-se como propósito averiguar se há clareza em suas propostas quanto à necessidade de instituições políticas que permitam alcançar as metas de planejamento (para Simonsen) e de livre mercado (para Gudin), bem como se existe algum reconhecimento da necessidade de desenvolvimento político. A partir da década de 1930, o Brasil passou por um período de intenso desenvolvimento e rápida modernização, promovendo episódios de instabilidade política e distanciando o país do ideal democrático. Essa instabilidade pode ser atribuída ao descompasso entre os níveis de participação e institucionalização política. A hipótese central deste trabalho é a de que o rápido crescimento econômico aumenta as demandas sociais e acentua o hiato entre participação e institucionalização, prejudicando o desenvolvimento político e, consequentemente o desenvolvimento econômico, uma vez que leva os atores ao imediatismo. Cabe ainda alegar que o desenvolvimento econômico também é condição para o desenvolvimento político, ao permitir incrementos na participação política. As conclusões apontam que a execução de um programa de desenvolvimento econômico será função da capacidade do Estado brasileiro de se legitimar, adotando uma estratégia de desenvolvimento político. A condição para isso se dá pela substituição do imediatismo pela solidariedade, criando arenas de negociação entre as organizações no objetivo de promover um pacto social. No caso brasileiro, o neocorporativismo apresenta-se como um meio para esta construção, em que a sociedade civil articula-se com o Estado para promover o interesse comum.
Palavras-chave Simonsen e Gudin, debate econômico, desenvolvimento político
Forma de apresentação..... Painel
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