Resumo |
O fungo da podridão branca Pycnoporus sanguineus produz uma grande variedade de enzimas com aplicações industriais, dentre elas: celulases, β-glicosidases, lacases, tirosinases, α-amilases e proteases. O interesse comercial pelas proteases se dá devido à utilização destas enzimas em diversos setores como processamento de alimentos, bebidas, formulação de detergentes, processamento de couro e pele, amaciamento de carnes, formulação de medicamentos e indústria têxtil, representando aproximadamente 60% do total de enzimas comercializadas no mundo. Sendo assim, se faz necessário desenvolver metodologias que favoreçam a maior produção de proteases com características de interesse industrial. Este trabalho teve como objetivo otimizar o meio de cultura para a produção de proteases por P. sanguineus. O fungo foi cultivado em meio líquido contendo KH2PO4, (NH4)2SO4, MgSO4, NaHPO4, extrato de levedura e caseína durante 7 dias. O primeiro passo da otimização foi realizada por meio do planejamento estatístico Placket-Burman, nas quais foram avaliados 7 variáveis: agitação, pH, nitrogênio orgânico, nitrogênio inorgânico, fosfato, sulfato de magnésio e extrato de levedura. Após a determinação das variavéis significativas foi realizado uma metodologia de superfície de resposta (Delineamento Composto Central (DCC)) para a obtenção da melhor combinação dos níveis para a produção enzimática. Os softwares utilizados foram o Minitab 17 e o Design Expert 7.0. A partir dos resultados do Plackett-Burman pode-se observar que, nos níveis avaliados, três variáveis foram significativas (p<0,05) para a produção de proteases: pH, sulfato de magnésio e extrato de levedura. A presença de sulfato de magnésio foi significativa, no entanto a variação de sua concentração não apresentou diferença (p>0,05) na produção de proteases. Desse modo, o DCC foi aplicado num total de 3 ensaios para a determinação dos níveis ótimos de pH e extrato de levedura. O modelo de regressão teve sua significância estatística testada pelo teste F, e a análise de variância (ANOVA) foi utilizada para a obtenção do modelo quadrático de superfície de resposta. A falta de ajuste não foi significativa, demostrando que o modelo não pode ser explicado apenas pelo erro puro. O R2 do modelo foi de 83%, valor satisfatório para esse experimento. As condições de máxima atividade de proteases foram calculadas pelo programa utilizando o novo modelo, com os seguintes valores: pH 5,83 e extrato de levedura 0,5 g/L. A partir do presente trabalho foi possível produzir proteases em elevadas concentrações nas condições acima descritas, no entanto, pouco se sabe sobre as possíveis aplicações biotecnológicas das enzimas extracelulares deste fungo. |