ISSN | 2237-9045 |
---|---|
Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Graduação |
Modalidade | Ensino |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | História, política e cultura |
Setor | Departamento de Ciências Sociais |
Conclusão de bolsa | Não |
Primeiro autor | Cintia Kelly Inês Freitas |
Orientador | GUILLERMO VEGA SANABRIA |
Outros membros | Elenice Christina Maurílio da Silva, Mayara Achilei de Freitas, Victor de Araujo |
Título | Quem disse que a barba não é construção social? |
Resumo | Este trabalho é resultado da etnografia realizada em três salões masculinos do centro da cidade de Viçosa-MG e contou como requisito na avaliação da disciplina de Antropologia III do curso de Ciências Sociais/Licenciatura. Os ambientes escolhidos foram classificados em: tradicional, simples e moderno respectivamente. Para a coleta das informações realizamos observações e entrevistas durante aproximadamente dois meses. O objetivo é entender o papel da barba na construção da identidade masculina, bem como compreender a simbologia da barba para o indivíduo. Partimos do pressuposto de que o processo de manutenção da barba cria relações sociais e também movimenta relações econômicas. Ancorados nas teorias de autores como Maurice Merleau-Ponty, Mary Douglas, Marcel Mauss, Roque de Barros Laraia, Thomas Csordas e Jackeline Carvalho construímos as interpretações dos dados de campo. Percebemos a estratificação da clientela, sendo o fator econômico o mais recorrente para a diferenciação dos ambientes. Também há influência da tradição no caso de um barbeiro que foi um dos primeiros a abrir um estabelecimento na cidade. A partir do estudo das técnicas corporais constatamos que o processo de manutenção da barba exige a educação do corpo - por parte do cliente que não deve movimentar-se e por parte do barbeiro que manuseia os instrumentos com cuidados especiais - e que as mudanças no ofício provocam uma supressão dos profissionais tradicionais que não dominam padrões estéticos modernos. Ao analisarmos os dados percebemos que os significados atribuídos à barba são os mais variados (em sua maior parte simbólicos e não biológicos), como por exemplo: “ autoridade, maturidade, respeito, estética, e no caso de não manter a barba a justificativa é a proibição do emprego entre outros ”. A barba não cumpre apenas um papel biológico como proteção contra o frio e raios solares que provocam a flacidez e enrugamento. Ela faz parte de um todo complexo de ralações sociais, estigmatizações, movimentação da moda e economia, sendo, portanto, social. O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação. Diante disso, chega-se à corroboração da hipótese de trabalho aqui proposta, isto é, que a barba é capaz de produzir uma gama de relações sociais e movimentos dentro da sociedade, a partir da ressignificação, simbolização e estigmatização que ela pressupõe. |
Palavras-chave | Barba, Identidade, Relação Social. |
Forma de apresentação..... | Painel |