Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6231

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História, política e cultura
Setor Departamento de Ciências Sociais
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Cintia Kelly Inês Freitas
Orientador GUILLERMO VEGA SANABRIA
Outros membros Elenice Christina Maurílio da Silva, Mayara Achilei de Freitas, Victor de Araujo
Título Quem disse que a barba não é construção social?
Resumo Este trabalho é resultado da etnografia realizada em três salões masculinos do centro da cidade de Viçosa-MG e contou como requisito na avaliação da disciplina de Antropologia III do curso de Ciências Sociais/Licenciatura.
Os ambientes escolhidos foram classificados em: tradicional, simples e moderno respectivamente. Para a coleta das informações realizamos observações e entrevistas durante aproximadamente dois meses.
O objetivo é entender o papel da barba na construção da identidade masculina, bem como compreender a simbologia da barba para o indivíduo. Partimos do pressuposto de que o processo de manutenção da barba cria relações sociais e também movimenta relações econômicas.
Ancorados nas teorias de autores como Maurice Merleau-Ponty, Mary Douglas, Marcel Mauss, Roque de Barros Laraia, Thomas Csordas e Jackeline Carvalho construímos as interpretações dos dados de campo.
Percebemos a estratificação da clientela, sendo o fator econômico o mais recorrente para a diferenciação dos ambientes. Também há influência da tradição no caso de um barbeiro que foi um dos primeiros a abrir um estabelecimento na cidade. A partir do estudo das técnicas corporais constatamos que o processo de manutenção da barba exige a educação do corpo - por parte do cliente que não deve movimentar-se e por parte do barbeiro que manuseia os instrumentos com cuidados especiais - e que as mudanças no ofício provocam uma supressão dos profissionais tradicionais que não dominam padrões estéticos modernos.
Ao analisarmos os dados percebemos que os significados atribuídos à barba são os mais variados (em sua maior parte simbólicos e não biológicos), como por exemplo: “ autoridade, maturidade, respeito, estética, e no caso de não manter a barba a justificativa é a proibição do emprego entre outros ”.
A barba não cumpre apenas um papel biológico como proteção contra o frio e raios solares que provocam a flacidez e enrugamento. Ela faz parte de um todo complexo de ralações sociais, estigmatizações, movimentação da moda e economia, sendo, portanto, social. O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação.
Diante disso, chega-se à corroboração da hipótese de trabalho aqui proposta, isto é, que a barba é capaz de produzir uma gama de relações sociais e movimentos dentro da sociedade, a partir da ressignificação, simbolização e estigmatização que ela pressupõe.
Palavras-chave Barba, Identidade, Relação Social.
Forma de apresentação..... Painel
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