Resumo |
O uso de plantas como medicamento é provavelmente tão antigo quanto o aparecimento do próprio homem. A preocupação com a cura de doenças sempre se fez presente ao longo da história da humanidade.No Brasil, o conhecimento das propriedades de plantas medicinais é uma das maiores riquezas da cultura indígena, uma sabedoria tradicional que passa de geração em geração.O presente trabalho tem por objetivo analisar, avaliar e caracterizar o uso de plantas medicinais no município de Muriaé, cidade da Zona da Mata de Minas Gerais. Esta avaliação foi realizada através de aplicação de questionário estruturado, contendo 17 questões objetivas e dissertativas. A pesquisa de campo foi desenvolvida nos meses de junho e julho de 2016, tendo sido entrevistadas 100 pessoas. Os itens avaliados foram: idade, sexo, estado civil, escolaridade, se faz uso de fitoterápico ou planta medicinal, parte da planta mais utilizada, fonte de obtenção, forma de preparo, frequência de obtenção e utilização, efeitos adversos e o grau de importância que o uso de plantas medicinais tem na sua vida. Todos os entrevistados preencheram um termo de consentimento para a pesquisa.Todos entrevistados (47 homens e 53 mulheres) possuíam idade entre 20 a 94 anos, sendo a maioria casado 54 (54%). Em relação ao nível de escolaridade, 60% tem o ensino fundamental, 30% o ensino médio e apenas 10% com ensino superior. As plantas mais utilizadas foram o boldo (Plectranthusbarbatus) que é utilizado por 100% dos entrevistados, a camomila (Matricariachamomilla), gengibre (Zingiberofficinale), tansagem (Plantagomajor), rosa branca (Rosa sp) e hortelã (Menthasp.), que são usados principalmente para problemas digestivos, calmantes e antinflamatórios, o que confere com a literatura científica.A parte da planta mais usada foram as folhas com 42% e 3% de raízes. A utilização na forma de chá, 41%,foi a mais citada. A obtenção dessas plantas foi unânime, 100% em jardins e hortas. A frequência de utilização varia entre 13% diariamente; semanalmente 15%; mensalmente 17% e apenas 9% usam anualmente.Dos entrevistados,100% têm melhoras significativas e não apresentam nenhum efeito indesejável. Cerca de 46% recorrem primeiramente as plantas medicinais em detrimento a medicamentos convencionais. O grau de importância que as plantas têm na vida das pessoas é alto,31% do total.Conclui-se que as plantas medicinais têm grande influência sobre a população, por isso devem ser cada vez mais pesquisadas. O governo deveria incentivar mais o uso correto e seguro de plantas medicinais e fitoterápicos implantando essa prática integrativa no SUS. |