Resumo |
Um dos componentes mais relevantes do capital humano, a saúde, é de suma importância para o desenvolvimento econômico, uma vez que o indivíduo com bom estado de saúde oferta mais horas de trabalho e recebe maior salário, o que afeta positivamente a força de trabalho. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE de 2013, 66,1% das pessoas com 18 anos de idade ou mais, autoavaliaram sua saúde como “boa” ou “muito boa” no Brasil. Dentre essas pessoas, aquelas que não possuíam instrução ou ensino fundamental incompleto, apenas 49,2% afirmaram possuir boa saúde. Enquanto isso, dos indivíduos que possuíam ensino superior completo, 84,1% afirmaram possuir boa saúde. Diante disso, pode-se perceber o quanto a escolaridade afeta o estado de saúde, e, consequentemente, esta afeta a produtividade do trabalhador. Desta forma, este trabalho tem como objetivo analisar e mensurar o impacto do estado de saúde sobre produtividade no Brasil, no período entre 1996 e 2010. O modelo utilizado será o GMM-SYS com dados em painel, o que permite o controle da possível existência de endogeneidade através da utilização de variáveis instrumentais. O principal resultado demonstra, no período analisado, que o estado de saúde impacta positivamente sobre a produtividade brasileira. Mais especificamente foi possível verificar que os estados que apresentaram os melhores indicadores socioeconômicos, principalmente com relação ao estado de saúde, foram os que apresentaram maior renda per capita, que foi utilizada como proxy para a produtividade no Brasil. Isso demonstra que a melhoria no estado de saúde dos indivíduos contribui diretamente para o aumento da produtividade destes, refletida nos salários dos mesmos (renda per capita), e consequentemente para um melhor desenvolvimento econômico do país. A partir desse resultado pode-se concluir que políticas públicas, como a construção e a manutenção de mais hospitais e melhor saneamento básico das regiões, pode contribuir diretamente no desenvolvimento econômico, principalmente da região Nordeste, que apresenta os piores indicadores socioeconômicos do país. |