Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6180

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Lingüística e semiótica
Setor Departamento de Letras
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Gracielle Fonseca Pires
Orientador MARIA CARMEN AIRES GOMES
Título Depreciação feminina e canonização masculina: como mulher e homem são representados em duas entrevistas da revista de heavy metal Roadie Crew
Resumo A proposta deste artigo é a realização de uma análise do discurso crítica da representação da mulher na revista Roadie Crew, publicação brasileira especializada em heavy metal. Para tanto, realizo uma análise contrastiva de uma entrevista realizada com um músico, e outra com uma musicista, alinhada à Teoria Social do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001). O intuito é investigar, sob uma perspectiva feminista, as abordagens em ambas as entrevistas. Empreendo uma análise textualmente orientada, em que são importantes as escolhas léxico-gramaticais dos autores, a interdiscursividade e as avaliações presente nas entrevistas analisadas. A partir da análise realizada, foi possível perceber a diferença de representação feminina e masculina nas entrevistas comparadas, em que as escolhas textuais levam à canonização do músico e à depreciação da musicista.

Quando se fala em heavy metal, faz-se referência a uma música cujos elementos principais seriam a guitarra, com distorções e solos, o baixo e a bateria. As vocalizações intensas, variando entre o operístico e o gutural, o virtuosismo como um elemento importante e a banda como a unidade principal na representação social e discursiva deste gênero (WEINSTEIN, 2000, p.32). As temáticas transitam entre o poder, o sombrio, o oculto, a morte e loucura (WALSER, 1993, P.147-171).

As práticas realizadas em torno do gênero musical heavy metal e sua cultura possuem uma nítida mediação discursiva. Além de os autores da musicologia admitirem a existência de um discurso do heavy metal instaurado nas e pelas práticas musicais e culturais (WALSER: 1993), é possível perceber pelos produtos da indústria cultural do heavy metal, feitos de forma segmentada para fomentar o gênero em uma comunidade específica, uma linguagem e simbologias próprias (JANOTTI JR, 1998).


O heavy metal é essencialmente um gênero da música de massa pois, como afirma Weinstein (2000), a difusão e consolidação deste gênero musical estão intrinsecamente ligadas aos chamados meios de comunicação de massa: programas de rádio, TV e revistas especializadas foram um aparato importante não só para a transmissão da música, como também de um visual, valores e estilo de vida.
Dentre os meios de comunicação de massa que contribuíram para a consolidação do heavy metal, as revistas especializadas exercem um papel de grande importância. Como afirma Weinstein (2000, p.176), essas publicações adotam o código diferenciado da audiência a qual se destinam, causando um efeito de reconhecimento e pertencimento. São nessas revistas que se veiculam as críticas dos álbuns e lançamentos, entrevistas e reportagens com artistas e bandas, e que o público tem contato com seus próprios valores. Assim, também terão contato ou vão fazer circular um tipo específico de representação das mulheres desta subcultura, o que nos interessa investigar analisando e comparando as entrevistas concedidas por mulheres e homens deste gênero musical.
Palavras-chave Análise do discurso crítica, heavy metal, estudos de gênero
Forma de apresentação..... Oral
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