Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6153

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Saneamento e resíduos
Setor Departamento de Engenharia Civil
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Luana Alves dos Santos
Orientador RAFAEL KOPSCHITZ XAVIER BASTOS
Título Avaliação do emprego de esporos de bactérias aeróbias como indicador da remoção de protozoários patogênicos no tratamento da água para consumo humano
Resumo Entre os organismos patogênicos de veiculação associada ao abastecimento de água para consumo humano destacam-se os protozoários, como Giardia e Cryptosporidium, cujos cistos e oocistos são de difícil remoção no tratamento da água. Devido a limitações analíticas e financeiras, o monitoramento rotineiro desses organismos é impraticável e por isso há necessidade do emprego de outras variáveis indicadoras da eficiência do tratamento na remoção de protozoários. Para tanto, tradicionalmente se utiliza a turbidez, dada sua natureza associada a partículas em suspensão e facilidade de medição, mas outros indicadores têm sido testados, com destaque para os esporos de bactérias aeróbias (EBA), que possuem tamanho médio e potencial zeta semelhantes aos dos cistos e oocistos e elevada resistência à cloração. Assim, este é o contexto e o objetivo central do presente trabalho: o monitoramento de EBA ao longo do processo de tratamento em ciclo completo de duas estações de tratamento de água em Viçosa-MG, e sua avaliação como variável indicadora da remoção de cistos de Giardia e oocistos de Cryptosporidium. O monitoramento se deu de novembro de 2015 a julho de 2016, sendo coletadas nos mesmos dias, nas duas ETAs, amostras de água bruta, decantada, filtrada e clorada; no total, foram coletadas 25 e 19 amostras nas ETAs I e II, respectivamente, as quais foram analisadas para EBA e turbidez. As remoções de cistos de Giardia e de oocistos e Cryptosporidium foram estimadas com base em equações empíricas de literatura que as relacionam com a remoção de turbidez. Dos resultados obtidos, destaca-se que: (i) a remoção média de EBA na decantação, na filtração e na cloração foi, respectivamente, 0,77 log, 1,10 log e 0,54 log na ETA I e, na ETA II, 1,17 log, 1,34 log e 0,31 log; (ii) a remoção de turbidez no ciclo de clarificação (decantação+filtração) foi, em média, inferior à de EBA – 1,83 log na ETA I e 2,59 log na ETA II; (iii) as estimativas de remoção média de cistos de Giardia (2,63 log) e de oocistos de Cryptosporidium (2,14 log) foram superiores à remoção observada de EBA. Em geral, os resultados apontam que: (i) a remoção de EBA ocorreu de maneira consistente ao longo das etapas de tratamento da água; (ii) a remoção mais efetiva se deu nas etapas de clarificação; (iii) os EBA mostraram elevada resistência à desinfecção. Conclui-se, confirmando indicações anteriores de literatura, que a remoção de EBA possa ser utilizada como estimativa conservadora da remoção de (oo)cistos de Giardia e Cryptosporidium ao longo das etapas de clarificação no tratamento de água em ciclo completo. Infere-se, ainda, pela elevada resistência à cloração apresentada pelos EBA, que a inativação de EBA apresente potencial de indicador da inativação de cistos de Giardia.
Palavras-chave Esporos de bactérias aeróbias, Protozoários, Turbidez
Forma de apresentação..... Oral, Painel
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