Resumo |
Introdução: Os níveis elevados de ácido úrico encontram-se tradicionalmente associados a processos inflamatórios nas articulações. O ácido úrico tende a se acumular nessas regiões, formando microcristais que desencadeiam o processo inflamatório. No entanto, estudos recentes têm associado a hiperuricemia à obesidade e às morbidades associadas, sendo o ácido úrico cogitado como possível preditor da Síndrome Metabólica. Apesar disso, ainda pouco se sabe a respeito dessa relação e sobre a influência do gênero na mesma. Objetivo: Correlacionar os níveis séricos de ácido úrico com a obesidade abdominal em indivíduos com excesso de peso corporal. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal que envolveu 127 indivíduos adultos (18 a 50 anos), com Índice de Massa Corporal – IMC variando de 26,3 a 35,6 kg/m2. A obesidade visceral foi estimada pelo perímetro da cintura e pelo diâmetro abdominal sagital (DAS), ambos aferidos imediatamente acima da cicatriz umbilical. As avaliações antropométricas e as análises sanguíneas foram feitas no mesmo dia, com os voluntários em jejum de líquidos e de sólidos. Os níveis séricos de ácido úrico foram avaliados por ensaio enzimático-colorimétrico. Os resultados foram avaliados com o auxílio do software SPSS (v 18,0, IBM SPSS Statistics, 2000). Adotou-se como critério de significância estatística P < 0,05. Resultados: Em mulheres, os níveis séricos de ácido úrico se correlacionou positivamente com o perímetro da cintura (r2 = 0,391, P = 0,006). Houve uma tendência da uricemia se correlacionar com o DAS (r2 = 0,275, P = 0,059). Em homens, os valores de uricemia não se correlacionaram com nenhum dos dois indicadores de gordura central (P > 0,050). Conclusões: Os níveis séricos de ácido úrico correlacionaram-se com a obesidade central em mulheres, mas não em homens. O perímetro da cintura foi o indicador de gordura que melhor se correlacionou com o ácido úrico. Mais estudos são necessários para conclusões definitivas. Apoio financeiro: FAPEMIG, CNPq, CAPES, BIOCLIN. |