Resumo |
A osteoporose é uma enfermidade do esqueleto que possui causa multifatorial e caracteriza-se pela redução de massa óssea e deterioração da integridade anatômica e estrutural do osso, ocasionando aumento da fragilidade óssea e maior susceptibilidade a fraturas. O grupo mais afetado é do sexo feminino cuja diminuição da produção de estrógeno acelera a perda óssea. Esta tem levado pesquisadores à procura de biomateriais, para favorecer a regeneração óssea. Existe no mercado uma grande variedade de biomaterias, dentre eles a hidroxiapatita (HAP), policaprolactona (PCL), que podem favorecer a regeneração óssea, além do alendronato (ALD), um fármaco antirreabsortivo. Este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos das associações de HAP, PLC e ALD por meio da análise radiográfica em defeitos ósseos experimentais no olecrano de coelhas com osteoporose induzida. Os animais passaram pela técnica de ovariectomia, sob anestesia dissociativa induzida com cetamina – midazolam e manutenção com isofluorano segundo os protocolos recomendados para a espécie, a fim de dar início ao processo de indução da osteoporose. Nos cuidados pós-operatórios, os animais receberam analgésico para combate de dor. Imediatamente após a realização da técnica cirúrgica, foram realizadas radiografias da articulação úmero-rádio-ulnar direita e esquerda, ambas flexionadas. A técnica radiográfica foi padronizada para a distância de um metro da fonte de emissão dos raios X pelo aparelho ao filme radiográfico, com kilovoltagem de 45 Kv, miliamperagem de 100 mA e tempo de 0,07 segundos. Todas as radiografias foram tomadas com um penetrômetro de alumínio posicionado próximo ao olecrano. As radiografias foram reveladas digitalmente e as imagens analisadas em programa computacional e pela ferramenta de análise de histograma foi construída uma curva de densidade com base no penetrômetro, obtendo-se uma fórmula em que a densidade, em milímetros de alumínio, seja função do nível de cinza da imagem. A região do defeito foi selecionada e o nível de cinza convertido em milímetros de alumínio, representando a densidade óssea do local. Como resultado, após a realização da primeira radiografia, a densidade radiográfica do olecrano dos animais apresentou valor médio de 2,21 mmAl com desvio padrão de 0,45. Foi verificado que esses dados apresentam distribuição normal e, por isso, a mensuração dos valores da densidade radiográfica antes do início do tratamento é importante. Parte dessa variação pode ser explicada pelo tamanho dos animais. Confrontando com resultados já existentes da mesma linha de pesquisa, espera-se que após a administração do glicocorticoide, em associação com a ovariectomia já realizada, seja verificada uma queda na densidade óssea dos animais que persistirá por meses após a indução, o que permite a utilização do modelo para o estudo de tratamentos prolongados. Notou-se que é possível avaliar as imagens radiográficas de forma quantitativa em um procedimento simples e acessível. |