Resumo |
Introdução: Dentre os desafios inscritos no trabalho em saúde, destaca-se a efetivação de práticas de integralidade, sustentadas no novo paradigma de saúde. Na atualidade, persiste o modelo biomédico, marcado pela fragmentação do cuidado e ênfase na dimensão biológica. Busca-se, pois, uma visão holística da saúde, reconhecendo as determinações sociais do processo saúde-doença, sustentando-se, em ações de promoção da saúde, agindo no contexto onde as pessoas vivem e produzem seus modos singulares de andar a vida. As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) constituem abordagem que agrega visão ampliada do processo saúde-doença, promovendo cuidado global e autocuidado, considerando o indivíduo na sua totalidade, respeitando suas peculiaridades e necessidades individuais e coletivas. Em face a necessidade de transformar as práticas de cuidado, sabe-se que a Educação Permanente (EP) é um dispositivo potencialmente capaz de provocar reflexão nos trabalhadores sobre suas práticas, incentivando sua mobilização para reconfigurar os processos de trabalho em saúde. Sendo o Agente Comunitário de Saúde (ACS) o trabalhador que mais se aproxima da comunidade, realizou-se uma oficina de EP com os ACS's visando abordar visão integral de saúde. Objetivo: Relatar experiência de realização de oficina sobre Saúde Holística, pertencente ao projeto de extensão “O ACS: (re)construindo práticas e saberes por meio da EP”. Descrição das principais ações: Realizou-se oficina sobre Saúde Holística no dia 30 de junho de 2016, com duração de 3 horas. Como estratégias metodológicas, adotou-se exposição dialógica, problematização e vivência. Abordou-se o tema “A visão holística da saúde e a cura das doenças da alma”, estruturando-se a oficina em dois momentos. No primeiro, uma terapeuta holística fez exposição dialogada sobre saúde emocional, mental e doenças psicossomáticas, apresentando ferramentas e aporte teórico que contribuem para busca do autoconhecimento e técnicas para aplicação prática. No segundo momento, integrantes do Grupo de Estudos Dança e Educação Somática (GEDES), da UFV, realizaram explanação teórica seguida de atividades práticas corporais somáticas sobre prevenção do estresse. Resultados: Participaram 53 ACS's que se mostraram interessados e participativos durante toda oficina. Foram realizadas técnicas de Meditação, Ho Oponopono, Técnica de Libertação Emocional, Mindfulness, Homeostase Quântica, Afirmações Positivas, Aromaterapia, Técnicas de automassagem e de respiração e Lian Gong. Conclusões: Diante do acelerado processo de trabalho e desafio paradigmático de transformação das práticas de saúde, propiciar espaços de reflexão sobre o fazer profissional e oferecer aporte teórico e prático sobre abordagens holísticas de saúde, constitui exercício de resistência ao contexto biopolítico. Acredita-se no potencial de estratégias como essa para fortalecer o autocuidado dos trabalhadores e qualificar as práticas de saúde a partir de abordagens integrais. |