Resumo |
Introdução: No âmbito da Atenção Primária à Saúde destacam-se as ações que visam à educação em saúde. Esta é uma ferramenta transformadora que estimula o pensar crítico e reflexivo promovendo o acolhimento, a escuta qualificada e a troca mútua de saberes e de vivências entre todos os envolvidos. Frente às diversas mudanças fisiológicas, emocionais e sociais que perpassam o ciclo gravídico puerperal, o grupo educativo é um instrumento de potência das experiências vividas pelo casal grávido, puérpera e familiares. Entretanto, os profissionais de saúde podem se esbarrar em alguns desafios ao realizarem essas ações, dentre estes, a adesão não satisfatória das gestantes aos grupos educativos, colaborando para a dificuldade de comunicação e distanciamento entre o profissional de saúde e a mulher. Objetivo: Descrever um relato de experiência sobre os desafios na adesão das gestantes aos grupos educativos realizados na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Bom Jesus do município de Viçosa (MG). Metodologia: O projeto de extensão, “GestaVida”, atua em UBSs do município supracitado, desenvolvendo grupos educativos fundamentados na problematização proposto por Paulo Freire. Esses foram realizados pelas discentes do curso de enfermagem e dança durante o primeiro semestre de 2016 através de dinâmicas, jogos e discussões acerca de temáticas relacionadas ao ciclo gravídico-puerperal, inicialmente a cada três semanas, com duração aproximada de 90 minutos. Resultados/Discussão: Nos primeiros dois grupos realizados no ano de 2016 observou-se a participação de 3 gestantes, no total de 14 gestantes cadastradas. Contudo, notou-se a redução das mesmas nos encontros subsequentes e absenteísmo em três grupos. A não adesão à atividade pode ter vários motivos, desde questões pessoais, como: o horário de trabalho, atividades domesticas ou a temática não ser de interesse para a mulher. No entanto, outros pontos influenciam no comparecimento aos grupos como: a facilidade de acesso ao local que acontecem as atividades, questões climatológicas, número reduzido de gestantes cadastradas na UBS, bem como, a relação da comunidade com o serviço/equipe de saúde, no que se refere ao desconhecimento da assistência ofertada. Neste sentido, várias estratégias foram utilizadas com o intuito de melhorar a participação/adesão das gestantes, como: mudanças nos horários e nos dias do grupo, realização de lanche comunitário, visitas domiciliares e entrega de lembrancinhas ao final dos encontros. Conclusão: Compreende-se que esta experiência proporcionou aos estudantes envolvidos o desenvolvimento de atitudes de enfrentamento diante do desafio a fim de promover a adesão das gestantes aos grupos. Assim, depreende-se que o trabalho em grupo pode ser proveitoso no sentido da troca de experiências entre as participantes e discentes envolvidas, ocorrendo de forma dinâmica e reflexiva, sanando de forma significativa as diversas dúvidas que envolvem o processo de gestar, parir e maternar. |